segunda-feira, 28 de julho de 2014
Simpósio Internacional de Resíduos Sólidos Urbanos ocorre no ABC
sexta-feira, 25 de julho de 2014
Estaria o Santander ameaçando um golpe especulativo patrocinado pelos bancos?
quinta-feira, 24 de julho de 2014
Admitir o massacre contra a Palestina é admitir a barbárie
Ainda que existam ataques por parte do Hamas, trata-se neste momento de interferir diplomaticamente justamente no lado mais forte. Aquele que pode por fim a este genocídio.
Fez muito bem a diplomacia brasileira em corajosamente assumir uma posição.
Agora prestem atenção. Dizer - como membros do governo de Israel disseram - que o Brasil é irrelevante (um anão diplomático) e não tem nada a dizer por ser supostamente mais fraco é assumir a barbárie como algo normal. Vejo muitos brasileiros comentando que nosso país não teria nada a dizer porque temos problemas sociais internos e porque somos uma força militar insignificante.
Veja, se assumirmos para nós mesmos, seja na relação entre Estados ou seja na relação entre indivíduos que os mais fortes devem mandar e os mais fracos acatarem. Que uma país militarmente mais forte tem autoridade e superioridade sobre os menos armados, Que os mais ricos tem predominância sobre os mais pobres, estamos admitindo enquanto seres humanos que a violência é a melhor maneira para a solução de conflitos.
Que estamos em guerra aberta de todos contra todos. Que o mundo se divide entre imperialistas e escravizados.
Ora, irão me dizer: "na prática a lógica é justamente esta".
Pois então, se "a lógica é esta" deveríamos rasgar de vez a declaração universal dos direitos humanos? Deveríamos parar com essa "baboseira" de defender a igualdade e a democracia?
Quem defende esta lógica dos "atores insignificantes" não pode falar nada de movimentos armados como o Hamas.
Porque diante da opressão se escolhe a submissão ou o enfrentamento. Os palestinos estão escolhendo a segunda opção. Não se submeter é não aceitar a injustiça como regra. Reagir ao caos que é imposto justamente pelos mais ricos e mais fortes.
terça-feira, 15 de julho de 2014
O Brasil precisa de uma Política Nacional para o Futebol
domingo, 13 de julho de 2014
O fim do terrorismo moral em torno da Copa do Mundo
Embora muito feliz por ter presenciado essa Copa tão linda, confesso que estou aliviado por ter acabado este verdadeiro terrorismo moral dos últimos anos em torno do Mundial.
Foi duro agüentar os anos de resmungo e comentários jocosos.
O hipotético desastre na realização dos jogos e a tão esperada vergonha mundial felizmente não se configuraram.
Ao contrário, foi tudo muito lindo e pudemos mostrar o melhor do Brasil. A seleção campeã terminou dançando como os pataxó e estampando um agradecimento ao Brasil na camiseta.
O "imagina na Copa" e o "não vai ter Copa" também ficam como legado, porém para estudos históricos e sociológicos das gerações futuras
Dirão muito sobre o Brasil dos nossos tempos. Vale documentar o tratamento dado ao mundial antes, durante e depois da Copa. Aliás, saem de cena agora os oportunistas de plantão, mais preocupados com o calendário eleitoral e também os complexados ressentidos.
Agora é o momento dos estudos sérios e responsáveis para que façamos as análises necessárias para avaliar os benefícios (ou não) dos jogos realizados aqui e tirarmos o melhor proveito possível das lições para pensar num futuro melhor e que esteja acima dos interesses sazonais.
quinta-feira, 10 de julho de 2014
Carta a los Argentinos
No me siento bien, me siento re mal, horrible y muy triste.
Pero, al revés de lo que ustedes piensan, lo que me duele no és el exito de ustedes.
No creo que ustedes sean nuestros papás en el futbol. La música és muy divertida y creativa, pero realmente no estamos llorando desde Italia hasta hoy.
En verdad, en estas ultimas décadas festejamos otros dos mundiales (igual a ustedes en toda la história) que nos suman cinco títulos.
Podríamos cantar otros tantos exitos sobre ustedes.
Sin embargo, nuestro momento és de quedarnos en silencio. De mirar la fiesta de ustedes. Ahora és la hora de la resignación.
Incluso, no den mucha importancia a los brasileros que los estan insultando en los estadios. En realidad ellos insultan a todos sobre todo su próprio equipo. Esa gente representa solamente una parte de nuestra nación.
No les voy a decir que la alegria de ustedes és la mia, que me dejá contento y entusiasmado. Sin mentiras en ese momento.
Sin embargo, como dije al principio, el exito de ustedes no me lastima.
La verdad, es que los admiramos mucho boludos.
Perdoname que diga, pero puede que ustedes sean hasta arrogantes, estúpidos, brutos y creídos. Me entienden no? Sienten como se fueran el centro del universo. Se creen mas de lo que son.
Tengo suficientes amigos argentinos para saber que se cagan de risa de ser así, incluso es motivo de chiste entre ustedes.
Pero son autenticos. Excelentes amigos. Espontáneos y sinceros.
Inteligentes. Afetuosos.
Ustedes tienen una calidad que nos hace falta. Se quieren mucho unos a los otros. La puta madre como se quieren.
Muchas veces, en Brasil parece que nos odiamos.
Ustedes disfrutan unos de los otros y cantan todos juntos.
Sí, nosotros también nos llevamos biens con nuestros amigos pero, hay una parte de la sociedad que se cre mas que los demás y no les sale cantar la misma canción en el mismo ritmo.
Felicitaciones por el dia de la independencia.
Felicitaciones por estaren en la final del mundial en Brasil que sé muy bien que les encanta.
Ustedes tienen huevos como les gusta decir. No se puede caretear nuestra admiración. Vayan! Disfruten la fiesta. El momento és de ustedes. Los deseo suerte!
Pero no piensen que quiero ser argentino. Por Dios que no. Soy muy feliz por ser brasilero.
Para alegria de ustedes, les cuento que en ese momento me siento muy mal. No por Argentina. Ustedes no me son tan importantes así pelotudos, jeje. Pero me siento mal por los cretinos que destruyeran nuestro futbol no les importando justamente aquello que tenemos de mejor.
Que disfrutem.
Carta aos argentinos
Queridos amigos argentinos.
Em resposta ao grito desta torcida tão empolgante que nos pergunta: "decime que se siente?" Gostaria de dizer:
Nada bem, muito mal, péssimo, terrível e triste.
Porém, ao contrario do que vocês podem supor, o que me dói não é o sucesso de vocês.
Não considero que vocês sejam os nossos "papás" no futebol. A música que vocês cantam é muito bacana e criativa, mas não estamos chorando desde a Itália até hoje.
Na verdade, nestas ultimas décadas comemoramos outros dois mundiais (igual a vocês em toda a história) que nos totalizam cinco conquistas.
Poderíamos cantar outras tantas vitórias sobre vocês.
Mas o nosso momento é de ficar em silêncio. De ver a festa de vocês. Agora é a hora da resignação.
Aliás, nem dêem importância aos brasileiros que vivem xingando vocês no estádio. Na verdade eles xingam todo mundo e principalmente o nosso próprio time. Representam apenas uma fração do que é o nosso povo.
Não vou dizer que a alegria de vocês me deixa eufórico e feliz. Sem mentiras neste momento.
Porém como eu disse no começo, o sucesso de vocês não me agride.
A verdade é que admiramos pra caramba esses boludos.
Me perdoem dizer, mas vocês podem até ser um pouco arrogantes, estúpidos (no sentido brasileiro da palavra), embrutecidos e metidos. Vocês entendem o que eu quero dizer. Sentem-se o centro do universo. Se acham mais do que são.
Tenho um número suficiente de amigos argentinos para saber que acham graça deste jeito de ser e isso tudo é motivo de piada entre vocês.
Mas são autênticos. Ótimos amigos. Espontâneos e sinceros.
Malas sem alça, como dizemos aqui. Mas quem conhece vocês a fundo sabe como são inteligentes e afetuosos.
Vocês tem uma qualidade que nos falta. Vocês gostam muito de si próprios. Puta que pariu, como se amam.
Muitas vezes, parece que aqui no Brasil a gente se odeia.
Vocês curtem estar uns com os outros, cantando todos juntos.
Sim, nós também gostamos dos nossos camaradinhas. Mas tem uma parte da nossa sociedade que "se siente" melhor do que os outros e não consegue cantar a mesma canção no mesmo ritmo.
Parabéns pelo dia da Independência de vocês.
Por estarem na final do mundial realizado aqui neste país que eu bem sei que vocês amam demais.
Vocês tem "huevos" como gostam de dizer. Não da pra disfarçar nossa admiração.
Vão lá. Curtam a festa. Aproveitem esse momento. A hora é de vocês. Desejo sorte.
Mas não pensem que eu quero ser argentino. Deus me livre. Sou feliz por ser brasileiro.
Para a alegria de vocês, te digo que me sinto muito mal nesse momento. Não pela Argentina. Vocês não me são tão importantes assim, pelotudos. Mas pelos cretinos que destruíram nosso futebol desprezando justamente aquilo que temos de melhor.
Que desfrutem.
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Onde o Brasil se perdeu? Onde devemos nos encontrar
Uma cicatriz bem no meio da cara.
Antes de escrever qualquer coisa, porque alguns amigos me pedem...
Todo mundo no fundo estava até preparado pra perder a Copa. Aliás, no momento em que se perde uma Copa do Mundo se pensa... "É vida que segue", "porra, na outra Copa terei xis anos", ou "o jeito é voltar à realidade".
Mas o problema é que a realidade agora é diferente. Dentro de campo o Brasil sai menor do que entrou. Sai menor do que realmente é.
A camisa da seleção é tão grande e importante quanto a qualquer outra expressão da nossa nacionalidade.
Claro que no futuro podemos nos recuperar. Mas para sempre teremos uma cicatriz bem no meio da cara. Uma ferida que estará sempre aberta. Parte do que somos morreu hoje.
Reflexo de um futebol jogado que vem morrendo há tempos.
E os antiquados como eu, chamados de ingênuos e que não entendem esse tal "futebol moderno", que só faz imitar muito mal e porcamente justamente o que se fazia de pior na Europa (não o melhor), tem sido ridicularizados. Falamos ao vento e ficamos com um triste ar de "eu avisei".
Espero que a infecção não seja fatal e definitiva.
Mas está na cara que para nos recuperarmos, teremos de resgatar o que somos no futebol e como povo. Ao invés de nos tornamos essa aberração esquizofrênica de quem em algum momento se perdeu e resolveu negar a própria origem em nome de uma pseudo modernidade que ninguém sabe realmente o que é.
Amanhã eu escrevo com calma. Confesso que chorei. Preciso pensar.
quinta-feira, 3 de julho de 2014
O fim do Orkut e o preconceito social na internet
O fim do site de relacionamentos Orkut poderia ser analisado tão somente como um fenômeno do mercado da internet e da tecnologia. Seria possível pensarmos em como é efêmero o sucesso nesta sociedade de consumo e a velocidade com que as modas passam no mercado digital.
Mas existem outras questões que colaboraram decisivamente para o ocaso instantâneo do Orkut e seu inevitável fim.
Eu que não sou nada atento às tendências da internet, ainda que tenha um blog muito prosaico há quase quatro anos, certa vez cometi uma gafe que não pensava ser tão grave. Ao ver duas amigas posando para uma foto com uma belíssima paisagem ao fundo, exclamei:
- Olha só! Foto para Orkut, heim?
A resposta foi seca e amarga:
- Facebook, por favor...
Fiquei intrigado em tentar saber o porquê de o Orkut, outrora tão badalado, causava agora constrangimento e embaraço.
Não sou do tipo que se atualiza rápido. Demoro em perceber certas novidades cotidianas. Parecia-me muito curioso me dar conta que as mesmas pessoas que até outro dia se divertiam e se esbaldavam no Orkut, agora se mudavam rapidamente para o Facebook. Uma debandada instantânea que parecia dizer: “o último que sair é o mais brega”.
Na ocasião me ocorreu dizer que o Orkut era a Praia Grande dos sites de relacionamento. Todo mundo havia se divertido aos montes por lá. Mas agora, algumas pessoas sentiam vergonha de dizer.
Entre outras coisas, o Orkut morreu porque as classes pobres que recém descobriam a internet passaram a frequentar a rede social. Rapidamente, o site ficou identificado como “coisa de pobre” na internet.
No Facebook estaríamos mais protegidos dessa “gente de mau gosto”.
Imediatamente à migração coletiva, muitos comentários na nova rede reclamavam de uma suposta “orkutização” do Facebook.
O Brasil é o país dos camarotes Vips. Seja nas baladas, nos estádios de futebol, no carnaval, nos hospitais, nas escolas e universidades. Não seria diferente na internet.
O grande pavor que redundou no fim do Orkut é a igualdade social. A desigualdade já faz parte da vida mental dos brasileiros. Estar no mesmo “status” ou “comunidade” de gente considerada “abaixo” nas classes sociais, faz com que as pessoas ameaçadoramente pareçam iguais. E o brasileiro sente horror à igualdade.
Na internet circulavam, e de alguma maneira ainda circulam, as chamadas pérolas do Orkut. São fotografias com pessoas se divertindo de maneira supostamente ridícula. Coisa de pobre, diriam uns e outros.
A recente mobilidade social, ainda que tímida, permitiu com que boa parte da população pudesse desfrutar certos bens de consumo e frequentarem espaços onde antes sequer poderiam entrar.
É absolutamente compreensível que ao aspirar pertencer ao que se entende por classe média, as pessoas incorporem certos códigos socialmente identificados com o sucesso econômico.
A foto de uma pessoa tomando uísque junto à piscina de plástico pode parecer ridícula para quem está acostumado a frequentar locais de veraneio. Do mesmo modo que para um estrangeiro pode parecer curioso um brasileiro de classe média voltando de viagem com uma dezena de malas cheias de mercadorias de lojas que para eles são tão comuns.
O desejo de consumo das classes pobres causa espanto em quem se acostumou a desfrutar uma posição relativamente privilegiada na pirâmide social. Melhor seria se os pobres dessem atenção às suas necessidades consideradas básicas como educação e moradia. Porém, na prática não é assim que funciona. Neste país o prestígio está diretamente ligado ao poder de compra. À aquisição de bens de consumo e de certos códigos de riqueza, que na prática funcionam como crachás de distinção social.
Qual o triunfo mais visível do neoliberalismo senão a construção de uma sociedade individualista onde o desejo de consumo orienta, motiva e movimenta as populações. Criamos uma sociedade em que você vale o que você tem. Se assim funciona em todas as esferas, por que então a população pobre desejaria coisas diferentes do que é valorizado no conjunto da sociedade?
É bem verdade que pode parecer esquisito uma pessoa ainda não acostumada a desfrutar de certos bens de consumo ostentando isso na internet. Porém, mais sofrível que isso é quando a indústria cultural se apropria de certas expressões culturais das classes pobres brasileiras, resignificando e colocando em nova embalagem para a classe média consumir.
Daí surgem aberrações como o Baile Funk para “Patricinhas” e “Mauricinhos”, além do Forró ou o Sertanejo “Universitários”. Apropriam-se de expressões culturais originais, subtraindo um sentimento genuíno que aparentemente é inconveniente do ponto de vista estético e transformam num movimento que embora se chame “universitário”, não tem nada de inteligente. Ao contrário, serve como expressão de exclusão e preconceito.
A menina que tira foto de biquíni, tomando sol na laje de uma casa na periferia brasileira pode parecer ridículo. Ora, o que falar então do filhinho de papai que sai cantando por aí que “o Morro do Dendê é ruim de invadir”?
O fim do Orkut nos mostra que a inclusão daqueles que estavam “em baixo” na sociedade, automaticamente exerce uma pressão para os que outrora estavam “em cima” subam mais ainda. A simples promessa de igualdade com quem antes estava abaixo na escala social, faz com que alguns automaticamente se sintam mais pobres. Isso vai muito além das redes sociais. É algo que se sente nas grandes cidades brasileiras. Não é à toa que vivemos uma crise de percepção de felicidade nas classes médias urbanas e que exista uma insatisfação crônica em certos setores. Muitos sentem-se mais pobres ou com a necessidade de se tornarem mais ricos.
A classe média sente pavor da pobreza. Até porque a classe média brasileira ainda é muito recente. Na vida das pessoas ainda é muito viva a memória de pobreza. São muito raras as famílias que têm três gerações de abastados. Em geral, as lembranças ainda são de um passado em que os avós eram retirantes ou imigrantes esfomeados. Esta é uma lembrança que atormenta.
As “pérolas do Orkut” causavam pavor porque as pessoas se viam naquelas condições. Só achavam graça porque conhecem muito bem aquela realidade.
A classe média se alia politicamente e incorpora como seus os interesses da elite. Tudo isso num enorme esforço de pertencimento.
Da mesma forma que usam grifes de roupas caras costuradas por algum trabalhador escravizado em alguma oficina clandestina escondida por aí. Incorporam novos códigos para pertencer.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Qual o problema com a lágrima dos jogadores da seleção?
Agora a mídia esportiva se mostra perplexa e incomodada com a emotividade dos jogadores da Seleção Brasileira.
Ora, quando os jogadores de outras copas aparentavam tranquilidade e indiferença eram acusados por "não estarem nem aí" e de pensarem somente no dinheiro.
Mesmo a hoje beatificada seleção de 82 foi acusada na ocasião por "fazer um samba" antes e depois da derrota para a Itália.
Não precisamos de um time indiferente.
A única coisa que sinto falta é de um ou dois jogadores maloqueiros pra dar uma equilibrada nas coisas.
Tem muito jogador "bão". Tá faltando um ou outro "marvado".
terça-feira, 1 de julho de 2014
O maior legado da Copa
O maior legado da Copa é o seguinte: Não fique repetindo como papagaio certas "verdades" dos "formadores de opinião". Imaginando estar antenado, você pode acabar embarcando numa canoa furada e fazendo papel de bobão.
Mantenho profundo respeito a alguns dos meus grandes amigos que desde o inicio discordaram de mim e foram contra a realização do mundial, com motivos razoáveis e respeitáveis, e coerentemente mantém sua posição política à respeito. Aqueles que sem ódio ou viralatismo expressaram sua opinião. Creio que cometeram um erro político. Porém foram e continuam sendo honestos com suas convicções.
Mas eu quero me referir aos odiosos e derrotistas que apostavam no caos para vender no camelódromo político um Brasil derrotado, inferior e incapaz. Um país que não acredita em si mesmo e que viesse a escolher o caminho do entreguismo e subordinação ao invés de apostar no próprio sucesso. Um país desacreditado que prefira as decisões fáceis de manutenção dos privilégios históricos do que este Brasil que suporta os incômodos e transtornos próprios dos processos de transformação social. Um país que caminha aos trancos e barrancos, mas que não é o lixo que tentaram fazer que a gente acreditasse.
O legado da Copa é fazer com que as pessoas percebam o ridículo que é ficar destilando ódio nos fóruns de internet proferindo injúrias e imbecilidades.
O legado da Copa é mostrar de maneira nítida que o melhor do Brasil não é aquela gente metida a besta que se sente superior aos demais. Que xinga a presidenta, que xinga o centroavante, que xinga o treinador e que vaia o hino nacional do país vizinho e amigo. Essa gente que pode pagar as melhores escolas, mas não demonstra a menor educação.
O legado da Copa é mostrar que somos muito mais do que esses almofadinhas.
Ainda que não tenhamos conseguido ingressos para os melhores jogos e não tenhamos sido convidados para nenhum camarote VIP dentro dos estádios, somos a melhor parte deste brasilzão querido. Somos aquele que sabe torcer, sabe receber bem, sabe sambar, sabe batucar e que faz um amor gostoso cheio de desejo e bons sentimentos. Generosidade e compaixão. Que neste coração verde e amarelo existe muito mais amor do que ódio.
Cada um vota em quem quiser. Ou se não quiser votar também anula.
Mas talvez, o grande legado da Copa é mostrar para todo mundo que embora ainda não sejamos o país que gostaríamos de ser, podemos chegar lá. Ou pelo menos já descobrimos o Brasil que não gostamos e não queremos ser.