Surpresa nenhuma com o tal Rei Tardado.
O Brasil é efetivamente o país dos camarotes Vip's.
Bom seria se os camarotes fossem restritos às baladas.
Dessa forma, nada mais aconteceria que não as patéticas confrarias de babacas inseguros em busca de reconhecimento e afirmação.
Triste mesmo é saber que os Camarotes Vip's estão nas Universidades, nos Hospitais, nos serviços públicos, nas Igrejas, no acesso à Justiça, nas cadeias, nas praias e até nas redes sociais, na atitude daqueles que fogem da "orkutização" e querem apenas se ver cercados de "gente bonita".
Este país detesta a igualdade, mas também odeia as diferenças.
Tal qual na obra do Professor Roberto da Matta, permanecemos o país do "sabe com quem está falando?" e a convivência nos espaços públicos são marcadas pela tensão na negociação entre os iguais e os desiguais.
Os espaços públicos, sendo o local de todos, configuram-se como um território de ninguém. Torna-se preciso privatizar os espaços. Hierarquizá-los tais quais as nossas experiências mais íntimas. E aí sim, no ambiente privado, o "dono" pode ser gentil e amistoso, tratando os seus com reverência e consideração.
Continuamos sendo uma nação de escravocratas. A desigualdade já compõe a vida mental dos brasileiros.
Tá "todo mundo" disposto a abrir as pernas no banheiro da "balada social" em troca de uma pulseirinha VIP.
Pra ficar cercado no camarote da sociedade e sorrindo com escárnio diante da exclusão.
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