quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Ou Dilma Veta ou Já Era! Simples assim!



Não que isso importe para alguém. Tenho consciência da minha insignificância.
Porém, gostaria de dizer que estou MUITO próximo de interromper qualquer tipo de apoio ao governo Dilma.
Decepcionado com o governo que ela construiu e também com a presidenta pessoalmente.
Dei a cara para bater. E bateram muito.
Apoiar um candidato não é fácil.
Acreditei em outra proposta de governo.
Votei naquela foto da guerrilheira e recebi a presidenta que faz acordo com o Serra para entregar o nosso subsolo.
Vou esperar os próximos acontecimentos e ainda tenho esperança do VETO dela à entrega do Pré Sal.
Caso não ocorra esse veto, entendo que o governo dela acabou. Não apenas para mim, mas para qualquer progressista que tenha amor pelo Brasil.
Fomos suficientemente pragmáticos para apoiar Dilma sabendo de todos os problemas. Acreditávamos que era importante evidenciar que não significaria a mesma coisa a vitória dela ou de Aécio.
Foi imposta uma derrota histórica à direita. Eles que usaram todas as armas, as mais sujas.
Dilma venceu com a força do povo. Era o momento de ter coragem e trazer esse povo para dentro de seu governo, mas não foi isso que ocorreu.
Agora, não há mais pragmatismo que resista. Simplesmente, porque ao entregar nosso petróleo de mão beijada, não vejo mais diferença entre um projeto e outro.
Também não faz sentido viver com medo apoiando o ruim com medo do mais ruim.
Não tenho partido algum. Infelizmente.
Mas entendo que mesmo aqueles que tem partido, devem ser leais principalmente à construção de um país mais justo.
Sou leal ao Brasil.
Não posso conviver com um governo entreguista e traidor da pátria sem combatê-lo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

CHORANDO NA RUA




Na sala de aula do curso de inglês a professora dava lição e treinava seus alunos adultos para utilizarem o “Simple Past”.
O exercício consistia em responder tudo em inglês, forçando o cérebro do aluno a elaborar sentenças sobre seu passado, seja ele distante ou recente. Era uma turma pequena com seis ou sete alunos e alunas.
A mim foi perguntado sobre o que eu fiz no mês passado. Dei o meu jeito e respondi com muita dificuldade que havia participado de um seminário, passado um final de semana no litoral e saído bastante com os amigos pelos bares da cidade. Tudo isso em inglês. No meu caso, um inglês torturado.
A regra foi a mesma para os outros alunos. Todo mundo com respostas meio óbvias, procurando sempre os verbos mais fáceis de serem utilizados. Uns falavam sobre os jantares outros sobre as viagens, os passeios mais singelos e por aí foi.
Em determinado momento, a “pergunta/exercício” foi dirigida para a aluna que estava sentada à minha esquerda. De uma maneira estranha, ela sempre me chamou atenção. Era uma mulher bonita, porém com aparência tristonha. Vestia sempre roupas igualmente tristes e discretas. Seus olhos não diziam nada. Os olhos pareciam cumprir apenas uma tarefa funcional. Serviam apenas para ver, nada mais. Eram olhos passivos. Não expressavam nada. Na verdade, tudo naquela mulher aparentava ser funcional, quando não paralisado. O corte de cabelo, a postura, o caminhar, a maneira como cumprimentava as pessoas.
A professora perguntou:
- O que você fez na semana passada?
A aluna respondeu, a princípio concentrando-se para “acertar” os verbos:
- Levei meus filhos à escola. Busquei meus filhos na escola. Levei-os à natação. Fiz compra no supermercado e … acho que só.
A professora continua:
- O que você fez ontem?
- Levei meus filhos à escola. Busquei meus filhos na escola. Levei-os à natação e ao judô. Respondeu a aluna.
A professora não ficou satisfeita. Parecia ter ligado um botão e iniciou a operar na “função sacana”.
- Mas você não fez mais nada? Perguntou a teacher.
- Fiz jantar para meu marido que chegou tarde do trabalho. E… só. Disse a moça agora com voz embargada e trêmula.
A professora ligou a função “sacana pra caralho”.
- Você não saiu para um restaurante, um cinema, ou uma caminhada no quarteirão de casa. Não fez nada por você?
- BUÁÁÁÁÁAÁ! A aluna começou a chorar compulsivamente. Era um choro grave. Ela soltava tudo de uma vez. Fungava o nariz, limpava o que escapava na manga da camisa. Era um choro que saia de dentro do peito.
A moça tentou se controlar. Eu não sabia como me comportar. Lembro-me sempre dessa situação. O que se deve fazer com um ser humano que começa a chorar, aparentando muita tristeza, a menos de um metro de você?
Não sabia se esboçava algum afago. Se tocava a mão levemente em suas costas com algum gesto de carinho fraterno. Achei melhor não. Em geral sou carinhoso com meus amigos, inclusive com os homens. Mas naquele caso pareceria assédio. Pensei inclusive em convidar ela para almoçar no restaurante árabe ao lado da escola. Mas também decidi que não. Podia soar como sacanagem da minha parte também. Embora não fosse. Mas certamente pareceria. Pensei também que ela não aceitaria, dizendo que precisava buscar seus filhos na aula de esgrima ou coisa assim.
Eu nunca me esqueço desse caso. Ele me faz pensar em como devemos nos comportar ao nos depararmos com uma pessoa chorando compulsivamente nos espaços públicos. O que seria melhor? Fingir indiferença? Estar efetivamente indiferente? Forçar-se ou acostumar-se a estar indiferente? Seria muito pior ser indiscreto e invasivo se intrometer na vida privada da pessoa?
Certa vez eu me vi chorando numa praia. Foi um período muito triste na minha vida. Não chorava por nenhuma decepção amorosa. No meu caso estava deprimido mesmo. Havia interrompido subitamente as pílulas antidepressivas, algo que dizem não ser recomendável pelos médicos. Tinha jogado todo o medicamento fora no vaso sanitário. Larguei tudo e fui ao Rio de Janeiro curtir uma praia. Em dado momento achei que aquilo podia funcionar melhor do que qualquer remédio farmacêutico. Cheguei ao Rio horas depois. O dia era lindo. Céu azul sem nenhuma nuvem no céu. Fui à Ipanema. Aluguei uma cadeira e um guarda-sol. Pedi uma cerveja. Estava lá na Cidade Maravilhosa, de frente para o Oceano Atlântico. Tudo muito bonito. As pessoas praticavam esporte. Pareciam felizes. Puta que pariu me bateu uma tristeza terrível. Era algo que doía fisicamente. Me deparei com coisas do passado. Enfrentei sem massagem todos os fantasmas. Tirei a sujeira do tapete. Parei de tentar me convencer que tudo estava bem. Não estava. Rejeitei a ideia de destino, que as coisas ruins na minha vida existiam porque eu tinha que passar por aquilo. Mentira! Efetivamente haviam pessoas muito mais felizes que eu. Melhores do que eu. Senti inveja da felicidade alheia. Passei a acreditar que eles sim foram muito protegidos. Eu não tinha sido protegido de nada. Deparei-me com minha desgraça. Aquela praia linda, com céu e mar azul, passou a ser cinza. Lembrei-me daquela música do Tom Jobim chamada “Inútil Paisagem”. Chorei muito. Soluçava. Fazia isso na frente dos outros. O choro saia como se fosse um vômito. Simplesmente, não podia controlar. As pessoas me olhavam de canto, depois desviavam o olhar. Era constrangedor.
Efetivamente, naquele momento, eu não queria que ninguém viesse me acalantar. Que ninguém viesse me perguntar o que se passava. Apenas tinha que passar por aquilo. E de fato tudo passou. Foi um período. Não quero pensar muito nisso agora. Já passou. Aprendi a construir o meu espaço e mandar ao caralho quem não me respeita. Eu me respeito. Hoje escrevo porque aprendi a dar importância para mim mesmo. Eu não me dava importância. Agora dou. Já passou. Ainda bem.
Mas a pergunta fica. Como agir quando vemos uma pessoa chorando no ônibus ou no metrô? Esses dias vi uma moça sentada na calçada chorando muito. É foda. Não sei como agir.
A professora interrompeu a aula por alguns instantes. A aluna conseguiu se recompor. A teacher não se deu por satisfeita. Escolheu outra pessoa para fazer a mesma pergunta. Era uma mulher com mais de cinquenta anos, sempre muito sorridente e festiva.
- O que você fez no seu final de semana?
- Eu fui a um restaurante francês com minhas amigas. Era um restaurante muito bom. Depois fui a uma discoteca, a The History, toca muito flash back, foram vários amigos. Ficamos lá até o dia amanhecer. Eu posso fazer isso porque sou divorciada. I’m Divorced.
- BUAAAAAAAAAA! - O choro veio com tudo no meu ouvido esquerdo
A moça abandonou o idioma inglês e começou a falar tudo em português:
- Eu vou me divorciar. Eu preciso me divorciar. Eu não tenho vida. Buaaaaaaa. Eu vou fazer isso.
Quando terminou a aula, a moça agarrou os livros, saiu correndo, pegou o carro na garagem e foi embora apressada.
Tempos depois encontrei a professora no ônibus, perto do Hospital das Clínicas. Perguntei se ela ainda dava aulas de inglês. Ela disse que não. Que dava aulas até terminar o estágio em psicanálise. Agora estava abrindo a própria clínica, então não daria mais aulas. Ah tá, eu respondi

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Lava Jato, Mostra a sua Cara!









Acerta quem percebe que a operação Lava Jato, com todo seu contorcionismo jurídico, atende a propósitos políticos, cumprindo tarefas preestabelecidas, que vão muito além do suposto espírito apaixonado de paladinos da moralidade pública, imbuídos do desejo de combater a corrupção no Brasil.

Erra quem presume que a “missão política oculta” da Lava Jato é apenas a de destituir o PT do poder e impedir a eleição de Lula em 2018.

Olhando com alguma atenção, perceberemos que é muito mais que isso.

No governo anterior ao de Lula, os grandes bancos controlavam o sistema político partidário e instituições governamentais quase que sem concorrência. Ou seja, tinham importância relativa muito maior nas doações de campanhas para eleições nacionais, estaduais e municipais do que ocorreu até a última eleição.

O período do Governo FHC, ficou notabilizado pela priorização da agenda da estabilidade econômica. Não foi um período de grandes obras. O setor de construção, em especial, viveu um período de grave retração. O corte dos investimentos para cumprimento das “metas inflacionárias”, superávit primário, ou mesmo com as condições estabelecidas pelo Fundo Monetário Internacional para os empréstimos que socorriam os ataques especulativos contra a economia brasileira, custou caro para o país.

Foi uma período marcado por um forte processo de desindustrialização, sobretudo nos grandes centros urbanos. Os investimentos em infraestrutura foram precarizados de maneira alarmante. O sintoma mais evidente e doloroso foi o alto índice de desemprego, porém, mais do que isso, a “Era FHC” foi marcada por forte desnacionalização da economia brasileira e a agenda neoliberal interrompeu (ou deu novo curso) à estratégia nacional de desenvolvimento do Brasil, iniciada principalmente durante o governo do Presidente Getúlio Vargas.

Até mesmo a Ditadura Militar brasileira (1964-1985), foi notabilizada por governos quase sempre desenvolvimentistas. Algo diferente do ocorrido nas ditaduras argentinas e chilenas, por exemplo.

O primeiro Governo Lula foi marcado pelo esforço político inicial de se confirmar que o Brasil não seria uma filial local do chavismo. Nos últimos dias da campanha presidencial de 2002, a atriz Regina Duarte (uma das mais famosas do Brasil), apareceu na campanha do candidato José Serra dizendo que sentia medo de que o Brasil “virasse uma Venezuela”.

Nos meses anteriores à chegada de Lula os mercados ficaram inquietos. O dólar subiu. Temia-se a fuga em massa de capitais.

A escolha pelo rompimento com o “tripé econômico” de estabilização da moeda durante o Plano Real se mostrava arriscada e talvez impraticável. O Governo Lula já nascia sob desconfiança. Desde sempre dizia-se pelos cantos que Lula não teria condições de ficar no governo por mais de um ano. Que sua “instrução” seria insuficiente para permitir que ele governasse o Brasil. Que os setores mais conservadores da economia e da sociedade não aceitariam Lula no comando.

Diante da impossibilidade (ou dificuldade) política de estabelecer mudanças drásticas e estruturais nos pilares que fundamentaram o neoliberalismo brasileiro (com todas as suas particularidades), o Governo Lula se dedicou a construir uma trégua com as elites econômicas, sobretudo com os grandes bancos e sistema financeiro, além de mobilizar sua coalizão de “base de apoio político”, enquanto estruturava os principais programas sociais que vieram posteriormente a se consolidarem como marcas do lulismo.

Os programas sociais tinham dois objetivos principais. O primeiro era atenuar os efeitos da miséria histórica do Brasil, resgatando milhões de brasileiros da fome e da indigência. O segundo era, a partir da inclusão social e dos subsídios governamentais reativar a economia, gerando uma pressão positiva, aumentando a classe média e consequentemente o mercado interno consumidor.

Também, sem fazer as modificações estruturais, absolutamente necessárias (e que custam caro até hoje), o governo optou, por meio do crédito, fomentar o mercado e aquecer a economia. Os maiores beneficiados foram os setores industriais de bens duráveis, agrícola e de pecuária, de construção, serviços, entre outros. Além de, obviamente, o aumento de poder econômico das classes médias.

No segundo Governo Lula a economia melhorou. O desemprego chegou aos índices mais baixos da história. Ao raiar da “Crise de 2008”, o Brasil optou por seguir em “marcha forçada”. Prolongar os ganhos econômicos e sociais, ainda que o receituário neoliberal recomendasse o corte drástico nos investimentos do Estado.

Agora, mais de meia década depois, sente-se o efeito da escolha política diante da crise. Mas quem disse que essa escolha foi errada? Quem garante que o Brasil estaria melhor com a retração da economia iniciada meia década antes? Quantos brasileiros, nesse meio tempo, puderam formar seus filhos ou comprar a casa própria?

O resultado político da escolha de Lula foi a adesão dos amplos setores do desenvolvimentismo brasileiro. Foi, sem dúvidas, um grande momento.

Lula forjou essa adesão. O BNDES trabalhou decisivamente para a consolidação dos “Campeões Nacionais” e depois dos “Campeões Mundiais”. Empresas brasileiras de diferentes setores, sejam elas da construção, agropecuária ou siderurgia. Mais do que isso, a estratégia da política externa brasileira caminhava de mãos dadas com o grande setor empresarial. Seja na “Cooperação Sul Sul”, na política brasileira para o Oriente Médio ou na formação dos BRICS, as multinacionais brasileiras tornaram-se parceiras estratégicas durante o Governo Lula.

Isso não ocorreu sem críticas, denúncias e ilações que desencadearam de alguma maneira em muitas das investigações da Lava Jato.

Em primeiro lugar é preciso dizer que, para além do discurso político sazonal, é preciso encarar o fato de que é assim mesmo que funcionam os Estados.

Alguém imagina que isso seja diferente com os Estados mais desenvolvidos do mundo? Ao contrário, isso é muito mais agudo. Quem não se lembra quando o Brasil estava prestes a comprar os aviões caças de alta tecnologia para a FAB? O governo teria escolhido o Dassaut Rafale da França, quando Hillary Clinton, então Secretária de Estado, pegou o avião e veio até Brasília, nos idos de 2010, pressionar para a compra dos caças da empresa estadunidense Boeing. Esse é apenas um exemplo entre tantos outros. As embaixadas dos países desenvolvidos funcionam menos para as atividades políticas internacionais clássicas e mais como verdadeiros escritórios de representação das grandes empresas nacionais.

Se desejamos construir Estados mais interessados em promover o bem comum e o bem-estar social, que nos empenhemos ao máximo nessa tarefa. Com todas as nossas energias. Porém, como o velho Marx já dizia, “o Estado é o comitê central da burguesia”.

Pois é, continua sendo. A questão pragmática e, quem sabe, irrelevante é: de qual burguesia?

Errada ou não (o tempo dirá), a escolha de Lula foi fomentar e aumentar a competitividade de certa parcela da burguesia nacional e tentar (talvez sem sucesso), associá-la a uma estratégia nacional de desenvolvimento.

É possível dizer que o plano continha também a tentativa de dar direção a uma elite supostamente produtiva, ou seja, que gera empregos, renda e desenvolvimento, capaz de disputar a hegemonia do Estado com os setores monetaristas, especulativos e financeiros que controlam hoje a maioria dos sistemas políticos mundo afora, isso sem contar o controle sobre os grandes meios de comunicação em massa que são de sua propriedade e ponto final.

Antes da Lava Jato, nas eleições de 2012, os bancos, investimentos, consórcios e seguros foram responsáveis por 6,8% do total de doações. Enquanto isso, as construtoras e o setor de agropecuária juntos foram responsáveis por 63,4% das doações legais contabilizadas (Fonte: prestação de contas dos partidos ao TSE e prestação de contas das campanhas de 2012).

Essa conta é uma espécie de termômetro para saber quem tem hegemonia sobre o Estado. Não é uma conta exata. Não é uma ciência. Mas é um ótimo indicador de como as coisas mudaram nas últimas décadas.

A operação Lava Jato, com suas idiossincrasias, particularidades, novidades e intempestividades, sob o arrepio das leis, deixa nítido e evidente o ataque frontal a toda essa articulação montada a partir do Governo Lula.

O alvo não é somente Lula. As grandes empresas brasileiras que parecem estar correndo o risco de desaparecerem, são grandes competidoras mundiais. Concorrem com competitividade e até com vantagem estratégica no mercado mundial. Mais do que isso, são players decisivos nos processos decisórios de diferentes países da América Latina e da África. Caminham de mãos dadas com o Estado brasileiro em sua estratégia de política externa para o continente. São grandes doadoras de campanhas eleitorais também na Venezuela, Equador, Peru, Bolívia, Argentina, entre outros.

Bilionários estão na cadeia. Isso não ocorre por mero procedimento institucional corriqueiro. Não é paisagem comum. Tampouco pode ser encarado como uma articulação política qualquer.

Oxalá bilionários estivessem indo para a cadeia para que esse país pudesse se tornar mais justo e menos desigual. Antes essas forças da Justiça e da Polícia Federal fossem realmente interessadas em limpar o Brasil. Tomara sejam…

Que todos os políticos corruptos, principalmente os que se diziam de esquerda e ludibriaram a fé do povo e passaram a servir aos interesses dos opressores, aceitando suborno ou organizando quadrilhas, apodreçam na cadeia e sirvam de exemplo!

Porém, desafortunadamente, eu não acredito que seja este o principal resultado da Lava Jato. A espetacularização das investigações, o vazamento seletivo dos resultados, as estranhas delações superpremiadas e, principalmente, a seleção partidária de escândalos e denunciados, permitem conclusões decepcionadas quanto a nossa “operação mãos limpas”.

Ao que parece, a Lava Jato está mais para uma ferramenta de ajuste de contas entre as elites pela hegemonia do Estado, quando não uma ação que atende interesses ocultos para a destruição da estratégia de desenvolvimento brasileiro e a chance que o Brasil teria para ser dono das próprias riquezas e do próprio destino. De servir como uma liderança internacional alternativa, pacífica e progressista.

E também, é claro, para essa tarefa, torna-se necessário derrotar o lulismo e seu legado. Mais do que isso, impedir que as forças populares tenham capacidade política para combater as injustiças sociais, as desigualdades e fazer com que as riquezas nacionais finalmente estejam a serviço do nosso povo, sobretudo para as pessoas mais pobres, investindo em educação, para fazer desse país uma grande nação.

Nesse momento, estão nos jogando uns contra os outros. Não percebemos quem é o real inimigo e entramos em uma guerra civil fria, com o Brasil interditado. Na política e também na economia. Nada anda. A caravana passa e mais uma vez podemos perder o trem da história.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Com faixas, Gaviões cumpre seu papel histórico.



Parabéns aos Gaviões da Fiel. Sempre na vanguarda.
Cada um cumpre seu papel na história.
O tempo se encarrega de colocar cada coisa no seu lugar.
Os corvos serão sempre corvos.
E os espíritos livres, aqueles que não se curvam por medo, por adulação ou por submissão, terão seu lugar de honra garantido.
O que é a merda de uma punição desportiva, diante de um ideal? Diante do direito e a vontade de dizer aquilo que se pensa? Que lição queremos deixar para as próximas gerações?
A Globo escondeu o movimento das Diretas Já, por que não esconderia também a faixa dos Gaviões?
A torcida do Corinthians não fez nada que estivesse distante dos nossos 105 anos de existência, ao contrario, confirmou o proposito de luta desse povo que criou um clube operário para dar voz e vez aos excluídos.
Por isso, ao longo dos anos, fomos o clube dos maloqueiros, favelados, retirantes e refugiados.
O time daqueles que perderam. E também o clube daqueles que venceram no campo e na vida, sem trair os seus ideais, sua identidade e suas origens. Sempre com o Corinthians no coração.
Viva os Gaviões da Fiel!
Viva o Corinthians!
E viva a Democracia!
Viva o povo brasileiro!