A questão não é contra o povo judeu, mas a relação entre Estados livres que devem colaborar para a paz e a coexistência. O que ocorre contra a população palestina é um verdadeiro massacre. São forças desproporcionais e muitos civis estão sendo exterminados.
Ainda que existam ataques por parte do Hamas, trata-se neste momento de interferir diplomaticamente justamente no lado mais forte. Aquele que pode por fim a este genocídio.
Fez muito bem a diplomacia brasileira em corajosamente assumir uma posição.
Agora prestem atenção. Dizer - como membros do governo de Israel disseram - que o Brasil é irrelevante (um anão diplomático) e não tem nada a dizer por ser supostamente mais fraco é assumir a barbárie como algo normal. Vejo muitos brasileiros comentando que nosso país não teria nada a dizer porque temos problemas sociais internos e porque somos uma força militar insignificante.
Veja, se assumirmos para nós mesmos, seja na relação entre Estados ou seja na relação entre indivíduos que os mais fortes devem mandar e os mais fracos acatarem. Que uma país militarmente mais forte tem autoridade e superioridade sobre os menos armados, Que os mais ricos tem predominância sobre os mais pobres, estamos admitindo enquanto seres humanos que a violência é a melhor maneira para a solução de conflitos.
Que estamos em guerra aberta de todos contra todos. Que o mundo se divide entre imperialistas e escravizados.
Ora, irão me dizer: "na prática a lógica é justamente esta".
Pois então, se "a lógica é esta" deveríamos rasgar de vez a declaração universal dos direitos humanos? Deveríamos parar com essa "baboseira" de defender a igualdade e a democracia?
Quem defende esta lógica dos "atores insignificantes" não pode falar nada de movimentos armados como o Hamas.
Porque diante da opressão se escolhe a submissão ou o enfrentamento. Os palestinos estão escolhendo a segunda opção. Não se submeter é não aceitar a injustiça como regra. Reagir ao caos que é imposto justamente pelos mais ricos e mais fortes.
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