A presidenta da Argentina Cristina Fernandez de Kirchner acaba de anunciar em cadeia de rádio e tevê a nacionalização da YPF (Yacimentos Petrolíferos Fiscales).
Foram nacionalizados 51% das ações da empresa. O porcentual se refere à participação da espanhola Repsol na empresa YPF.
Foram salvaguardadas as ações dos investidores que compraram suas participações nas bolsas de valores.
O Estado argentino detinha apenas 1% das ações da empresa responsável pelo refinamento de 52% do petróleo do país.
A YPF foi privatizada no governo Menem.
A companhia Argentina foi arrematada pela Repsol em 199 pela pechincha de US$ 15 bilhões.
Após a catástrofe do neoliberalismo em 2001, o país chegou a perder 11% de seu PIB no espaço de um ano.
O país que historicamente foi um dos mais ricos do hemisfério sul, iniciou o novo século com mais de 25% da população vivendo praticamente como indigentes.
A recuperação da economia Argentina na última década se deveu principalmente pelo reequilíbrio da balança comercial. O fomento das atividades produtivas possibilitou a reorganização econômica, principalmente nos setores agrícolas e industriais.
Mas o setor petrolífero não acompanhou o dinamismo dos outros setores em que o Estado pode atuar como indutor do desenvolvimento. Principalmente pelo baixo investimento da empresa privatizada.
A sobrevivência da economia Argentina depende diretamente do saldo positivo na balança comercial. No entanto, graças à redução na produção de petróleo pela YPF, a Argentina foi obrigada a dobrar a importação do combustível, chegando no ano passado a incrível marca US$ 9 bilhões.
Com a recuperação econômica Argentina, o consumo de petróleo e gás no período de 2003 a 2010 subiu 38% e 25% respectivamente. No entanto a produção neste mesmo período caiu 12%.
A imprensa Argentina e Espanhola trataram o assunto como uma violenta expropriação.
O presidente espanhol Mariano Rajov prometeu agir com todas as ferramentas possíveis e encontrar apoio na comunidade internacional contra o que para ele é uma agressão não somente contra a Repsol, mas contra a Espanha.
O governo espanhol disse que está rompida as relações de amizade e cordialidade entre os dois países.
O projeto neoliberal foi uma tragédia para os países latino americanos. Milhões de pessoas foram jogadas na miséria e os países passaram mais de uma década com baixíssimo crescimento econômico.
Sofremos durante anos um processo intervencionista. Os países foram constrangidos a abrirem mão de seus projetos de desenvolvimento e subjugarem suas leis e suas economias ao sabor dos interesses das grandes corporações. A promessa era de que ao se engajarem nas práticas da globalização, os países subdesenvolvidos se modernizariam e seriam aceitos na comunidade internacional.
Enfim, estaríamos todos no “clube” das grandes nações e chegaríamos a tão esperada modernidade.
O que se viu foi justamente o inverso.
O aprofundamento das desigualdades se tornou latente, não só internamente em cada país, mas também na geopolítica internacional.
Os “mercados comuns” se mostraram como uma simples extensão da área de comercio dos países ricos, aniquilando os mercados internos dos países em desenvolvimento.
E as fronteiras que estariam mais “flexíveis” ficaram cada dia mais guardadas e ameaçadoras, perseguindo e expulsando os subdesenvolvidos que passaram a ser os culpados pela crescente queda nos índices de emprego nos países ricos.
Na última década, os governos sul americanos começaram a abandonar o modelo neoliberal.
Com maior ou menor profundidade, dependendo das condições políticas internas, os novos presidentes e presidentas buscaram recuperar seus mercados internos, aumentando o poder de consumo das classes pobres e diminuindo as desigualdades sociais.
Mas por ironia do destino, são hoje os países ricos as maiores vítimas do monstro neoliberal que eles mesmos criaram.
A entrega das responsabilidades do Estado para o Mercado (com M maiúsculo) roubou a capacidade produtiva dos países ricos que mergulharam na maior crise das últimas décadas.
Cristina foi corajosa.
Decisão dura e difícil, mas absolutamente necessária e estratégica para o futuro da Argentina.
O discurso neoliberal ruiu.
O que agora agoniza é o resmungo de uma imprensa vendida agarrada nas pernas de seus velhos patrões.
Que especial é esse momento!
No Brasil, Dilma enfrentando os interesses dos bancos, exigindo que tenhamos taxas de juros equivalentes aos padrões internacionais.
E Cristina redimindo o povo argentino pelo grande roubo que foram as privatizações naquele país que desgraçaram a vida de toda uma nação.
Espanha??? Aquele país que em pleno século 21 tem um rei que caça elefantes, búfalos e ursos em saffaris pelo mundo?? Aquele país que tem mais de 20% da Popualação economicamante ativa desempregada?? E querem cantar de galo aqui na América Latina?? Chega de neo liberalismo. É tempo de retomar a autonomia e o orgulho da américa latina.
ResponderExcluirConcordo em gênero, número e grau...
ExcluirEm contrapartida com a privatização acabou a mamata de muito sangue-suga vampiro nas estatais.
ResponderExcluirImagina esse Brasil Corrupto que vivemos com a Petrobrás e Vale 100% nas mãos do governo. BRASIL ZONÃO!
A presidenta Argentina deu um tiro no pé. A Argentina vai tomar um tombo feio por ter feito isso.
ResponderExcluirOlha só que estupendo! ->>>
ResponderExcluirhttp://farcasfalsas.blogspot.com.br/2012/07/cristina-kirchner-diz-que-cumpre.html