Em alguns países orientais, as pessoas ao irem à praia se protegem da melhor forma possível dos raios solares.
Para além da saúde e dos cuidados com a pele, muitos querem evitar um "desagradável" bronzeado, algo considerado feio ou depreciativo em algumas culturas.
Mochileiro, curioso e observador que eu sou, conversei com algumas pessoas para ouvir o porquê de a pele escura ser indesejável nestes países que não tem a presença africana tão marcante, como em nossa sociedade.
A resposta mais recorrente foi a seguinte: a pele escura ou bronzeada é característica particular dos camponeses e demais trabalhadores agrícolas que passaram a vida expostos ao sol. Muitos querem evitar a semelhança física com aqueles que estariam em um "estamento inferior" da sociedade.
Certa vez quis fazer um elogio a uma chilena, dizendo que ela parecia uma indiazinha. Foi uma fria. Ela ficou magoada e ofendida. Tentei explicar que na verdade estava encantado com sua beleza física, mas não adiantou.
No Brasil, vejo muitas pessoas que se dizem envergonhadas de irem à praia por serem "branquelas". Não se consideram adequados ao ambiente por terem a pele branca igual ao leite.
O bronzeado parece ser muito desejável. As pessoas se expõem ao sol e se deliciam com a marquinha do biquíni ou da sunga.
Porém, no nosso caso brasileiro, o curioso é que esse gosto pela pele escura em nada tem a ver com uma suposta "democracia racial".
Acontece que quem tem a pele pálida é porque "não goza a vida". Alguns dizem inclusive que "não parece saudável".
E quem não goza a vida, é porque seria pobre (algo quase amaldiçoado em nossa sociedade). Ou alguém submetido ao trabalho intermitente.
Ah, as nossas heranças ibéricas... O trabalho seria ainda coisa para os escravos?
Eu vou parando por aqui. Convidando à contribuição dos meus amigos, em especial os antropólogos que queiram fazer seus comentários, adendos e também corrigir alguma inconsistência.
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