É uma espécie de busca permanente pelo senso comum. Uma procura incansável pelo comportamento convencional.
Daí, nada mais natural que as posições políticas estejam orientadas pelas opiniões fáceis, sem os esforços cansativos da profundidade.
A verdade é que o coxinha não depende e nem se importa tanto com a política para existir. Ela só é mais uma faceta desagradável de sua personalidade, composta pelo esforço de pertencimento.
Sim, o coxinha deseja aceitação. Estar em consonância com seus pares. Reproduzir um comportamento que não lhe cobre os altos custos das críticas e contradições.
O coxinha quer sempre parecer com o grupo hegemônico.
Todos deveriam ter o "cabelo bom". Os que não tem o tal "cabelo bom" que comprovaria uma herança genética não africana, sofrem muito com isso.
Os rapazes coxinhas quando não podem fazer aquele penteado do namorado da Barbie, simplesmente raspam a cabeça. As meninas sofrem muito mais. Precisam torturar seus lindos cabelos com aquela chapinha violenta e agressiva.
Fiz esta brincadeira com o cabelo do coxinha, mas poderíamos na verdade escrever um almanaque, com a vestimenta, a construção corporal e as frases feitas.
O que eu quero dizer é que o coxinha vive apavorado. Com medo permanente de ser abandonado e excluído, por isso jamais fará alguma coisa que contrarie o senso comum e isso inclui a política.
Ocorre que o Brasil odeia a igualdade, mas também detesta as diferenças.
A vida pode ser terrível para os ousados. Para além da experiência cosmopolita das grandes cidades mais acostumadas com a diversidade, o comportamento destoante pode significar a morte social.
Antes que alguns se aborreçam comigo, não quero dizer que as pessoas devam estar obrigadas a adotar um comportamento estético marcado por uma personalidade extravagante. As pessoas devem ser como elas são e viver em harmonia consigo mesmas. Ninguém é melhor do que ninguém.
Mas não dá para falar de comportamento sem irritar uns e outros. É inevitável.
Não creio que as pessoas devam sentir bronca dos coxinhas. Muito embora alguns deles estejam muito agressivos ultimamente.
Nossa sociedade está marcada com desprezo pelo outro, em suas experiências e motivações.
No fundo o coxinha está sofrendo. É um flagelado, pois seu esforço de pertencimento e sua "luta", tão caros para ele, estão ameaçados pelo triunfo das minorias.
E o terreno da diversidade é desesperador. Um habitat em que ele simplesmente não sabe viver.
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