Então... Cresci ouvindo
que o brasileiro é pacifico.
Seríamos todos como vaquinhas de presépio.
Que o povo apenas se
mobiliza para organizar o Carnaval, torcer pelo time do coração e pra seleção.
Que a Copa do Mundo é um
absurdo porque o povo não se importa com o que realmente afeta sua vida.
Que o povão está
acostumado à levar na tarraqueta e aceitar tudo o que vem dos políticos.
Que os argentinos sim são aguerridos em seus
panelaços.
Que os europeus são mais
desenvolvidos porque lá as revoluções sangrentas lavaram a alma e fizeram
justiça.
Que deveríamos fazer como
os árabes em sua primavera tão discutível e controversa.
Mas acontece que ao menor
sinal dos ruídos e transtornos próprios de protestos e manifestações, os mesmos
que faziam o discurso do "brasileiro acomodado" viram o disco e
começam a salivar, indignando-se com a ação criminosa dos baderneiros.
Ora, pelo visto devemos
contar apenas com os trimiliques do Jô Soares e as carteiradas do CQC para nos
redimirem e lutarem pelos nossos direitos?
Sou absolutamente contra
a depedração do patrimônio público. Por principio e também pelo efeito político
negativo que isso desencadeia na sociedade. Temos que sensibilizar a população,
não afastá-la.
Mas é preciso dizer que
ninguém mais aguenta essa cidade cara e insensível.
A passagem do transporte
público é só um exemplo da carestia endêmica de São Paulo.
Neste bojo está toda uma
teia de preços abusivos, serviços públicos péssimos e um Apartheid disfarçado
que afasta e exclui quem vive longe demais do eldorado prometido na
"cidade das grandes oportunidades".
Não! Nossa cidade tão
querida há tempos deixou de ser a terra das oportunidades.
São Paulo se converteu na
terra do "quem pode mais chora menos". Da ganância, da violência, da
especulação imobiliária, dos preços abusivos. Ta todo mundo vendendo a alma pro
diabo e jogando às favas qualquer sentimento de respeito e solidariedade para
com o próximo.
O negocio agora é grana.
E só!
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