Ao ler o blog da minha amiga Maria Fro, me obrigo a colaborar com ela.
Só vou contar o que eu ouvi do próprio Marcelo Yuka.
Ou seja, não é fofoca. É o que ele falou para mim pessoalmente.
Em 2003, durante o Forum Social Mundial em Porto Alegre, participei de uma mesa que tinha como objeto o tema cidades.
As atenções foram todas captadas pelo Marcelo Yuka, obviamente por seus méritos como músico, compositor e figura pública.
O Yuka havia continuava seu processo de recuperação, após o drama que havia se iniciado tempos antes, quando fora baleado.
Na ocasião eu era muito fã do Rappa. Ia a muitos shows e vibrava com as letras e ritmos muito bem elaborados. O som do Rappa estourava de vez.
Naqueles anos, o EUA havia sofrido o atentado de 11 de setembro, o que construiu o ambiente necessário para "justificar" as guerras do Afeganistão e do Iraque, ainda que sem a anuência da ONU.
Quando O Rappa tocava "Ninguém segura a América" era como um grande furo à versão oficial dos fatos da grande imprensa.
Falamos de anos anteriores à massificação das redes sociais.
Era muito bom ouvir alguém pensar como você, falando com as massas, num mundo em que essas "diferenças" não estavam ainda conectadas via internet.
O fato é que de lá pra cá o Rappa caiu de mais. Desde a saída de Yuka, o grupo parece não ter acertado uma letra sequer e foi facilmente atraído para os salões cheios de glamour das elites da indústria cultural, ainda que como efusivos serviçais.
Ficaram ricos, mas a banda virou uma merda.
Voltando a Porto Alegre em 2003. Perguntei ao Yuka quando ele voltaria a tocar na banda e ele me respondeu:
"Nunca porque eles me expulsaram da banda".
Eu respondi que tinha ido a um show do Rappa algumas semanas antes, e que o nome dele foi falado no palco.
Por fim ele concluiu:
"Eles fazem isso porque não tem coragem de dizer que não aceitam um deficiente físico na banda. Pergunte a eles. Você vai ver. Eles não aceitam um deficiente físico na banda".
Foi isso que eu ouvi da boca do Marcelo Yuka naquela ocasião.
E não há nada que tenha acontecido na carreira do Rappa depois daquele dia que me convença do contrário.
Ainda assisti um show do Rappa em 2001 (acho...), mas já sem o Marcelo Yuka - oficialmente ele saiu em 2003, desde o acidente não fazia mais shows. A banda sem ele parecia desconfortável, sem "posição", e de certa forma continuou assim. Não sabia do real motivo, mas também deixei de curtir a banda depois de sua saída do grupo.
ResponderExcluir