terça-feira, 15 de maio de 2012
A Kassablândia e a Ciranda Imobiliária
A população de São Paulo levou um soco no estômago com as denuncias da Folha sobre o instantâneo enriquecimento de um funcionário da prefeitura muito próximo à Kassab.
Segundo o jornal, Hussain Aref Saab, diretor responsável pela aprovação de empreendimentos imobiliários de médio e grande porte na cidade de São Paulo adquiriu 106 imóveis somente durante a gestão do atual prefeito.
No total, Hussain Aref Saab, possui 118 imóveis na "Kassabilândia".
Mais do que um aparente caso de corrupção - ou de milagre econômico - essa noticia revolta a todos por deixar escancarada a orgia especulativa que tornou São Paulo um lugar insuportável para se viver.
Para alguém que é apaixonado por Sampa, é muito triste e difícil dizer que São Paulo ficou insuportável.
Mas enquanto a farra imobiliária corria solta, São Paulo se transformou em uma cidade insuportavelmente cara. Insuportavelmente congestionada. Insuportavelmente proibitiva. Insuportavelmente burra.
Enquanto favelas pegavam fogo e albergues eram fechados, prédios gigantes foram erguidos de maneira surpreendente e impulsionram a especulação nos quatro cantos da cidade.
Shoppings apareceram no útero do centro urbano e os congestionamentos brotaram cada vez maiores, não somente nos principais corredores de tráfico, mas também no interior dos bairros.
É verdade que o Brasil, nos últimos anos, entrou num ciclo de crescimento econômico acelerado e que estava represado durante décadas.
A solução, não deveria ser inibir os investimentos e a geração de empregos.
A prefeitura deveria disciplinar, organizar e orientar os investimentos, favorecendo as regiões mais carentes e com potencialidade de crescimento, em que os investimentos privados estivessem relacionados com a melhoria dos equipamentos públicos nas regiões mais desamparadas que necessariamente receberiam investimentos públicos em infra-estrutura.
Mas ao invés disso, as regiões que já eram ricas e fartas de infra-estrutura foram disputadas palmo a palmo pelas grandes construtoras.
O resultado foi uma insuportável carestia.
São Paulo se tornou uma das cidades mais caras do mundo.
A população de baixa renda foi empurrada para longe. Nas encostas dos morros, nas áreas de enchente, na periferia esquecida, em ocupações e invasões.
Todo dia, para trabalhar ou passear, os paulistanos se abarrotam de um lado para outro em um transporte público abarrotado e desinteligente.
Os centros econômicos ficam concentrados em um pequeno circuito da cidade. Mesmo com a grande impulsão dos investimentos imobiliários, não houve políticas publicas para decentralizar o desenvolvimento.
A prefeitura deixou correr solto.
Seja no transporte publico ou individual, a questão do deslocamento é o grande drama de quem vive em São Paulo.
A ciranda da especulação imobiliária na kassablândia rolou solta.
A dupla Serra-Kassab prometeu 60 km de corredores de ônibus. Mas não foram capazes de entregar nenhum.
A prefeitura aumentou impostos, criou novas e severas proibições e foi extremamente rígida com comerciantes, industriais, prestadores de serviço, feirantes e até camelôs.
Turbinou a industria da multa com radares modernos e inteligentes, mas com semáforos ultrapassados e burros. Ninguém escapou das multas, nem das novas tarifas criadas para os proprietários de veículos.
Mas, ao que parece, essa rigidez toda é reservada aos "vagabundos" de Kassab.
Para os amigos do rei, os empreendimentos não possuem limite.
São Paulo é uma casa de tolerância para os milionários.
Uma verdadeira zona para as classes médias.
E uma putaria para com os pobres.
Se o carimbo da prefeitura é generoso para os especuladores.
A patrulha de choque e os tratores são extremamente cruéis com os desabrigados.
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Terrivelmente VERDADEIRO
ResponderExcluirExcelente postagem!
ResponderExcluirExcelente postagem. Infelizmente, muito verdadeiro tudo o que foi exposto
ResponderExcluirEsse fantasma q finge governar(?) SP é o pior flagelo q nossa cidade já suportou transformou SP numa cidade hostil e agressiva,beneficiou grandes empreiteiras e imobiliarias a quem tudo é permitido aos pequenos e fracos lei e lacrações, o unico consolo é q seu mandadto esta no fim e o repudio do paulistano a sua pessoa é avassaldor.
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