terça-feira, 29 de maio de 2012

Sem forças para conspirar, imprensa reclama da democracia!


A acusação de que Lula esteja pressionando o impoluto Ministro do STF Gilmar Mendes para interferir no cronograma do julgamento do mensalão, expõe dois interesses principais que são agora vendidos para a opinião pública.

O primeiro interesse é requentar o chamado escândalo do mensalão. Criar um ambiente político que obrigue a justiça a condenar os réus, sob o risco de abalar a credibilidade das instituições brasileiras.

O desejo de justiça está longe de ser o principal interesse da imprensa.

A oposição está esfacelada. Sem um projeto nacional alternativo e afogada nas águas sujas do Cachoeira.  O discurso moralista, adotado nos anos de Lula na presidência, tornou-se incompatível com as peripécias dos DEMóstenes espalhados pelo Congresso.

Daí vem o segundo grande interesse da imprensa. Vender a imagem de que o governo estaria destruindo a oposição, colocando nossa democracia em risco.

Como se o governo estivesse interferindo nas instituições nacionais e rendendo seus opositores

A CPI do Cachoeira está sendo tratada como uma tentativa de destruir a oposição neste país.

A descoberta das promíscuas relações entre Carlinhos Cachoeira e a Revista Veja também são consideradas como atentados contra a liberdade de expressão.

Deveríamos então fechar os olhos para estes verdadeiros atentados contra a república para preservar o “equilíbrio de poder” na representação política brasileira?

É evidente que não.

Até porque a oposição não está derretendo por culpa do governo.

A verdade é que projeto político conservador deixou de oferecer alternativas para o Brasil.

O PSDB chegou ao poder para cumprir uma agenda externa. Implantar o projeto neoliberal no Brasil, o que significava subordinar nossas forças produtivas aos mercados internacionais especulativos das economias dos países do centro.

Historicamente, as forças políticas conservadoras no Brasil, internalizaram as demandas estrangeiras, hora combatendo o comunismo, hora defendendo o livre mercado.

O medo do comunismo caiu com o Muro de Berlin.

E o neoliberalismo deixou se significar uma alternativa para o mundo, imediatamente após a crise de 2008.

Este país fez uma opção clara pelo desenvolvimento com justiça social.

O governo Dilma finalmente consegue superar alguns interesses poderosos. Depois de mais de uma década, o país enfrenta os bancos e reduz os juros.

A oposição no Brasil está sem agenda. Sem projeto. E fica difícil fazer política só com teatro.

Parte dos políticos conservadores, simplesmente não pôde viver sem os benefícios do poder. Portanto, não conseguiram passar muito tempo na oposição. Alguns foram excluídos do processo político eleitoral. Outros, mais sagazes, aderiram às fileiras governistas.

Nem o governo Dilma, nem o governo Lula interferiram no funcionamento de nenhuma instituição nacional.

A imprensa tem liberdade total. Ninguém foi censurado. As empresas estão aí funcionando livremente, inclusive para conspirar.

Nunca antes na história deste país o judiciário teve tanta independência. Inclusive, durante o governo Lula, a interferência do Poder Judiciário no processo político eleitoral passou a ser tema de grande debate nacional.

Ao contrário do que fez FHC, o presidente Lula não modificou a constituição para tornar possível mais um mandato como presidente, ainda que tivesse condições políticas e popularidade de sobra para fazê-lo.

Por que então vender a ideia de que o governo estaria destruindo a oposição e interferindo nas instituições brasileiras?

Este comportamento da velha imprensa revela na verdade seu descontentamento com a democracia.

Os principais órgãos de imprensa deste país foram gestados durante a ditadura militar brasileira.  Tinham relações promíscuas com o regime.

Durante o governo FHC, articularam para minar as resistências da opinião pública e garantir as privatizações à toque de caixa.

A chegada ao processo político eleitoral da grande massa de trabalhadores brasileiros que estavam entregues à miséria e subordinados aos chamados “formadores de opinião” mudou o panorama político brasileiro.

A verdade é que esta imprensa velhaca queria mesmo é conspirar contra o governo Dilma. Defender os interesses de seus patrões banqueiros e desestabilizar a política.

Mas com oposição desarticulada e com aprovação de 80% do governo Dilma, resta agora chorar pelas regras do jogo e lamentar a democracia.

Além de cobrar exílio do presidente Lula.

Impedir que ele faça política.

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