- Novembro de 2015
Por que o Corinthians
não é o São Paulo?
A tarefa aqui não é narrar uma história de supremacia nem desenrolar um enredo de grandes vitórias sobre o rival.
Muitos, inclusive, se recusam a entender o SPFC como um verdadeiro rival.
Talvez porque os Corinthianos simplesmente não se reconheçam no Tricolor do Morumbi. Não encontrem elementos para algum esforço comparativo. Não consigam se projetar como torcedores do São Paulo e nem entender qual o barato que eles sentem.
Particularmente, considero correto que o time do Morumbi carregue consigo o nome da cidade e do estado de São Paulo.
Não somente por eles estarem a alguns metros do Palácio do Governo e terem entre os seus quadros figuras proeminentes da nossa oligarquia.
Hoje o São Paulo é sim um clube de massa. Uma das maiores torcidas do Brasil.
Acontece que o Corinthians não está situado em São Paulo. O Corinthians está em Corinthians!
O lado B da cidade. Um espaço metafísico para além da realidade pronta que todos querem ver.
O Corinthians está cravado na Zona Leste.
Estamos nas quebradas, nas favelas, nas vilas e vielas. Nas filas de hospitais.
O Corinthians também está no resto do Brasil. Está no mundo todo. Não somente pelo tamanho de sua torcida, não se trata disso. Acontece que o Corinthians está numa dimensão quase que oculta. Só consegue enxergar quem vive de alguma maneira "fora da casinha".
O Corinthians está geograficamente em São Paulo e no Brasil. Mas também está em todo lugar e poderia estar em lugar nenhum.
Vivemos num plano chamado Corinthians.
Quando fomos ao Japão, lembro muito bem que ao sair do Metrô, existiam barraquinhas da FIFA vendendo camisetas do Corinthians e do Chelsea.
Quem tem amigo japonês, sabe que das duas uma. Ou o Japonês é todo certinho, ou é totalmente xarope. Não tem meio termo.
Os japoneses Plano A, de cara compravam a camisa do Chelsea. Poderia muito bem ser a do São Paulo FC.
Mas os japoneses doidões. Tudo Curinthia. Teve ate um que se mudou para o Brasil só pelo Corinthians. Amigo nosso.
O Corinthiano sabe que é diferente. Não por aquela coisa repetitiva de medir o tamanho da paixão. Isso também. Mas experimenta-se, a cada momento, a percepção de que se é impertinente e até mesmo esquisito.
Um São-paulino você conhece pelo jeito de andar. Pelo corte de cabelo. Pela camiseta que está vestindo.
E nem estou entrando nessa sacanagem de chamá-los de Bambi. Juro que não é essa a minha provocação. Não é.
A gente simplesmente não tem esse apego pela estética. Não fazemos esforço para estarmos adequados. Não escolhemos muito a roupa como também não escolhemos ser corinthianos. Nos reconhecemos corinthianos. É diferente.
De verdade: eu não odeio o São Paulo.
Só não entendo muito a graça de ser São-paulino. Mas tudo bem.
Ser Corinthiano é ser outsider. Não se satisfazer com as fórmulas simples. É ser Corinthiano desde a hora que acorda até quando vai ao trabalho, vai jantar, faz amor, etc.
É saber que existe algo que nos distingue dos demais. A experiência definitiva e derradeira que está muito longe do senso comum. É alguém te chamar na rua assim:
"O Curinthia, chega aí".
A tarefa aqui não é narrar uma história de supremacia nem desenrolar um enredo de grandes vitórias sobre o rival.
Muitos, inclusive, se recusam a entender o SPFC como um verdadeiro rival.
Talvez porque os Corinthianos simplesmente não se reconheçam no Tricolor do Morumbi. Não encontrem elementos para algum esforço comparativo. Não consigam se projetar como torcedores do São Paulo e nem entender qual o barato que eles sentem.
Particularmente, considero correto que o time do Morumbi carregue consigo o nome da cidade e do estado de São Paulo.
Não somente por eles estarem a alguns metros do Palácio do Governo e terem entre os seus quadros figuras proeminentes da nossa oligarquia.
Hoje o São Paulo é sim um clube de massa. Uma das maiores torcidas do Brasil.
Acontece que o Corinthians não está situado em São Paulo. O Corinthians está em Corinthians!
O lado B da cidade. Um espaço metafísico para além da realidade pronta que todos querem ver.
O Corinthians está cravado na Zona Leste.
Estamos nas quebradas, nas favelas, nas vilas e vielas. Nas filas de hospitais.
O Corinthians também está no resto do Brasil. Está no mundo todo. Não somente pelo tamanho de sua torcida, não se trata disso. Acontece que o Corinthians está numa dimensão quase que oculta. Só consegue enxergar quem vive de alguma maneira "fora da casinha".
O Corinthians está geograficamente em São Paulo e no Brasil. Mas também está em todo lugar e poderia estar em lugar nenhum.
Vivemos num plano chamado Corinthians.
Quando fomos ao Japão, lembro muito bem que ao sair do Metrô, existiam barraquinhas da FIFA vendendo camisetas do Corinthians e do Chelsea.
Quem tem amigo japonês, sabe que das duas uma. Ou o Japonês é todo certinho, ou é totalmente xarope. Não tem meio termo.
Os japoneses Plano A, de cara compravam a camisa do Chelsea. Poderia muito bem ser a do São Paulo FC.
Mas os japoneses doidões. Tudo Curinthia. Teve ate um que se mudou para o Brasil só pelo Corinthians. Amigo nosso.
O Corinthiano sabe que é diferente. Não por aquela coisa repetitiva de medir o tamanho da paixão. Isso também. Mas experimenta-se, a cada momento, a percepção de que se é impertinente e até mesmo esquisito.
Um São-paulino você conhece pelo jeito de andar. Pelo corte de cabelo. Pela camiseta que está vestindo.
E nem estou entrando nessa sacanagem de chamá-los de Bambi. Juro que não é essa a minha provocação. Não é.
A gente simplesmente não tem esse apego pela estética. Não fazemos esforço para estarmos adequados. Não escolhemos muito a roupa como também não escolhemos ser corinthianos. Nos reconhecemos corinthianos. É diferente.
De verdade: eu não odeio o São Paulo.
Só não entendo muito a graça de ser São-paulino. Mas tudo bem.
Ser Corinthiano é ser outsider. Não se satisfazer com as fórmulas simples. É ser Corinthiano desde a hora que acorda até quando vai ao trabalho, vai jantar, faz amor, etc.
É saber que existe algo que nos distingue dos demais. A experiência definitiva e derradeira que está muito longe do senso comum. É alguém te chamar na rua assim:
"O Curinthia, chega aí".
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