- Novembro de 2014
Muitos amigos
Corinthianos, os quais não havia tido a oportunidade de ser apresentado,
passaram a me conhecer depois que escrevi um texto chamado "O porquê do
vai Corinthians".
O texto foi lido por milhares de pessoas e trouxe coisas lindas na minha vida.
Igual a todos vocês, dediquei a melhor parte da minha vida ao Coringão do nosso coração.
Não me arrependo de nenhum suor nem de nenhuma lagrima derramados. Mas confesso que estou muito decepcionado.
Não só com o Corinthians, mas com o futebol como um todo.
Pela primeira vez na vida perdi o desejo de ir aos jogos e até mesmo de acompanhar as partidas pela televisão.
Espero que isso mude, pois vivi momentos muito felizes e emocionantes nos jogos do Corinthians.
Lendo as últimas notícias vejo que o Corinthians pode ser punido pelo STJD porque:
1- uma bexiga inflável caiu no campo de jogo.
2- um cachorrinho entrou em campo no meio da partida.
3- em outro jogo, dois meninos pularam o muro e foram até os jogadores ao final da partida para tirar uma foto. Pior de tudo, para se defender de potenciais punições o Corinthians declarou que encaminhou os meninos para o Juizado de Menores!
Sei que muitos devem pensar que minha atitude é política. Mas digo sinceramente que não é. Porque politicamente, acredito que não há caminho melhor do que a participação para transformar tudo aquilo que não consideramos correto.
Porém, ocorre que minha atitude é bem mais preguiçosa. Este futebol que "os caras" construíram, absolutamente desumanizado e burro não é o futebol que eu aprendi a gostar. Simplesmente, não me interessa. Na verdade, eu gosto de outro jogo. Outro esporte muito diferente deste espetáculo deprimente que pretende apagar a nossa história e nos transformar em uma feia e triste caricatura do que se idealiza que seja o futebol europeu. Por debaixo de uma fantasia de modernidade se escancara um jogo absolutamente patético que não agrada mais a quase ninguém.
Internamente no Corinthians, o cenário também não é nada animador.
Voltando ao texto que escrevi, eu dizia que "Vai Corinthians" e "Aqui é Corinthians" eram, na verdade, elogios à simplicidade.
Hoje, eu vejo tudo no Corinthians, menos simplicidade. Ao contrário, percebo uma arrogância que não tem nada a ver com nossa história.
Fica nítido que o atual presidente não suporta a torcida. Para ele, a nossa massa é um inconveniente que se deve aturar para que o negócio continue. O time não joga do jeito que a torcida gosta, o técnico não é aquele que gostaríamos, a organização do estádio contraria o gosto da galera, a pior contratação da história do Corinthians, de um jogador que em nada tem em comum com nossa identidade, teve seu inevitável fracasso debitado da conta da torcida.
Simplesmente não nos querem.
O Ronaldo Fenômeno fez bem ao Corinthians, mas até a página 12. Fez-se uma interpretação equivocada do sucesso de sua passagem e ao que parece, decidiram que seria necessário desde então, mudar o perfil da torcida nos estádios. Uma atitude burra, além de uma violência cultural e social.
Quando o Ronaldo anunciou sua chegada, ele falou uma frase que virou clichê. Naquela ocasião foi empolgante, mas hoje poucas frases me irritam tanto. Disse ele que havia chegado "mais um louco do bando de loucos".
Ao que parece, eles estão confundindo as coisas. Ser louco é diferente de ser idiota!
A nossa loucura é aquela do "Maluco Beleza" cantada pelo Raul Seixas, misturando a maluques com a lucidez, na loucura real.
É se entregar de corpo, alma e espírito, mas permanecer vigilante e atento.
A boa loucura exige uma dose de irreverência e insubordinação. Não esta submissão e apoio cego, surdo e mudo que eles desejam.
Agora, o Mikey é do bando de loucos, os Simpsons são do bando de loucos, o Bono Vox é do bando de loucos. Só os nossos Zés da Silva que ficaram de fora.
O louco de hoje, bem-vindo como torcedor, é na verdade um alienado. Que torce, paga caro o ingresso e depois vai pra casa cuidar da vida.
O Corinthians não pode abrir mão de sua energia mobilizadora. De seu potencial de comunicação com a sociedade. O Corinthians é patrimônio histórico, humano e cultural do povo brasileiro.
Não pode haver Corinthians sem comunhão.
Espero mesmo que o próximo presidente resgate a ligação com a torcida e perceba que o Corinthians é uma grande comunidade.
Não dá pra dirigir o clube sem entender a importância da conexão com o espírito Corinthiano. Que não há vitória duradoura sem nosso inconsciente e consciente coletivo.
Quanto às demais estruturas políticas do futebol, estão transformando o esporte em algo muito distante da vida da gente. Roubando justamente o que ele tem de genuíno e que o diferencia dos demais desportos. O humanismo, a conexão com a vida social da nossa gente e a alma dos torcedores.
Certamente, vocês vão ficar mais ricos do que já estão. Mas vão perder um público que não se interessa por este espetáculo tão broxante
O texto foi lido por milhares de pessoas e trouxe coisas lindas na minha vida.
Igual a todos vocês, dediquei a melhor parte da minha vida ao Coringão do nosso coração.
Não me arrependo de nenhum suor nem de nenhuma lagrima derramados. Mas confesso que estou muito decepcionado.
Não só com o Corinthians, mas com o futebol como um todo.
Pela primeira vez na vida perdi o desejo de ir aos jogos e até mesmo de acompanhar as partidas pela televisão.
Espero que isso mude, pois vivi momentos muito felizes e emocionantes nos jogos do Corinthians.
Lendo as últimas notícias vejo que o Corinthians pode ser punido pelo STJD porque:
1- uma bexiga inflável caiu no campo de jogo.
2- um cachorrinho entrou em campo no meio da partida.
3- em outro jogo, dois meninos pularam o muro e foram até os jogadores ao final da partida para tirar uma foto. Pior de tudo, para se defender de potenciais punições o Corinthians declarou que encaminhou os meninos para o Juizado de Menores!
Sei que muitos devem pensar que minha atitude é política. Mas digo sinceramente que não é. Porque politicamente, acredito que não há caminho melhor do que a participação para transformar tudo aquilo que não consideramos correto.
Porém, ocorre que minha atitude é bem mais preguiçosa. Este futebol que "os caras" construíram, absolutamente desumanizado e burro não é o futebol que eu aprendi a gostar. Simplesmente, não me interessa. Na verdade, eu gosto de outro jogo. Outro esporte muito diferente deste espetáculo deprimente que pretende apagar a nossa história e nos transformar em uma feia e triste caricatura do que se idealiza que seja o futebol europeu. Por debaixo de uma fantasia de modernidade se escancara um jogo absolutamente patético que não agrada mais a quase ninguém.
Internamente no Corinthians, o cenário também não é nada animador.
Voltando ao texto que escrevi, eu dizia que "Vai Corinthians" e "Aqui é Corinthians" eram, na verdade, elogios à simplicidade.
Hoje, eu vejo tudo no Corinthians, menos simplicidade. Ao contrário, percebo uma arrogância que não tem nada a ver com nossa história.
Fica nítido que o atual presidente não suporta a torcida. Para ele, a nossa massa é um inconveniente que se deve aturar para que o negócio continue. O time não joga do jeito que a torcida gosta, o técnico não é aquele que gostaríamos, a organização do estádio contraria o gosto da galera, a pior contratação da história do Corinthians, de um jogador que em nada tem em comum com nossa identidade, teve seu inevitável fracasso debitado da conta da torcida.
Simplesmente não nos querem.
O Ronaldo Fenômeno fez bem ao Corinthians, mas até a página 12. Fez-se uma interpretação equivocada do sucesso de sua passagem e ao que parece, decidiram que seria necessário desde então, mudar o perfil da torcida nos estádios. Uma atitude burra, além de uma violência cultural e social.
Quando o Ronaldo anunciou sua chegada, ele falou uma frase que virou clichê. Naquela ocasião foi empolgante, mas hoje poucas frases me irritam tanto. Disse ele que havia chegado "mais um louco do bando de loucos".
Ao que parece, eles estão confundindo as coisas. Ser louco é diferente de ser idiota!
A nossa loucura é aquela do "Maluco Beleza" cantada pelo Raul Seixas, misturando a maluques com a lucidez, na loucura real.
É se entregar de corpo, alma e espírito, mas permanecer vigilante e atento.
A boa loucura exige uma dose de irreverência e insubordinação. Não esta submissão e apoio cego, surdo e mudo que eles desejam.
Agora, o Mikey é do bando de loucos, os Simpsons são do bando de loucos, o Bono Vox é do bando de loucos. Só os nossos Zés da Silva que ficaram de fora.
O louco de hoje, bem-vindo como torcedor, é na verdade um alienado. Que torce, paga caro o ingresso e depois vai pra casa cuidar da vida.
O Corinthians não pode abrir mão de sua energia mobilizadora. De seu potencial de comunicação com a sociedade. O Corinthians é patrimônio histórico, humano e cultural do povo brasileiro.
Não pode haver Corinthians sem comunhão.
Espero mesmo que o próximo presidente resgate a ligação com a torcida e perceba que o Corinthians é uma grande comunidade.
Não dá pra dirigir o clube sem entender a importância da conexão com o espírito Corinthiano. Que não há vitória duradoura sem nosso inconsciente e consciente coletivo.
Quanto às demais estruturas políticas do futebol, estão transformando o esporte em algo muito distante da vida da gente. Roubando justamente o que ele tem de genuíno e que o diferencia dos demais desportos. O humanismo, a conexão com a vida social da nossa gente e a alma dos torcedores.
Certamente, vocês vão ficar mais ricos do que já estão. Mas vão perder um público que não se interessa por este espetáculo tão broxante
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