terça-feira, 22 de novembro de 2011

O que está em jogo em Belo Monte?

Estou anexando um video publicado na internet que desconheço a autoria, no entanto propõe discussões importantes sobre o debate em torno da construção da Usina de Belo Monte.

Desde o início me manifesto a favor da construção da usina. Isso não é novidade.

Mas acredito que podemos aproveitar todos os canais disponíveis para debater a questão.

Seja qual for sua posição como brasileiro, o mais importante é que o debate não passe em branco.

Até porque fora do Brasil tem um montão de gente discutindo o futuro da nossa Amazônia.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O Corinthians é um destino compartilhado


Quando tudo parecia perdido Liedson apareceu livre na área para cabecear consciente e empatar a partida dificílima contra o Atlético-MG.
Minutos depois uma bola rebatida na defesa corinthiana armou o contra-ataque. Uma oportunidade única durante toda a partida. Faltavam dois minutos para o término do tempo regulamentar.
Emerson arrancou e serviu Adriano. O atacante decadente foi ungido por forças extraordinárias que emanavam das vibrações da nossa gente e colocou a bola no canto esquerdo do goleiro. Foi gol! Puta que pariu foi GOL!!!
Quando digo que o “imperador” é decadente não quero ofender. Longe disso. Qualquer decadência carrega consigo uma poesia. Uma memória boa guardada num lugar chamado história. A decadência é movimento. A decadência é uma estrada rumo à eternidade.
Um imperador sobre-humano, de sangue azul e parcimonioso, coberto de adornos e glórias estaria muito distante da realidade da gente corinthiana.
Já o imperador decadente, festejando como um plebeu, tirando a camisa e deixando suas banhas saltarem alegremente parece muito mais humano. Muito mais verdadeiro. Uma sinergia perfeita com o time do povo.
O que se viu a seguir foi uma catarse coletiva. Pela tevê passavam imagens da fiel se abraçando, chorando, se confraternizando.
Os anti-corinthianos não podiam acreditar no que havia acabado de ocorrer.
Impossível que eles entendam esta solidariedade tão particular.
Vou tentar ajudar. É mais ou menos assim: o corinthiano não torce pelo Corinthians. Ele vive o Corinthians.
E o abraço representa justamente a solidariedade. Um corinthiano sozinho não é ninguém. Ele compartilha com os seus iguais esta experiência existencial.
O Corinthians é uma experiência coletiva. Um destino compartilhado.




sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Globo viaja no avião da Chevron para defender privataria!



O Jornal Nacional da Rede Globo destacou duas principais reportagens na noite do dia 17 de novembro.
A primeira expunha o constrangimento do Ministro do Trabalho Carlos Lupi sendo obrigado a assumir que viajara no avião particular de uma ONG prestadora de serviços do ministério.
A situação seria imoral e incompatível com o interesse público, já que este tipo de “gentileza” poderia interferir em possíveis decisões do ministro que viessem a favorecer esta ONG de “propriedade” de um empresário.
Outra notícia de destaque foi o sobrevôo da Bacia de Campos pela reportagem do JN para “tranqüilizar” a população quanto às dimensões do vazamento de óleo na costa brasileira. Seria uma fatalidade acidental muito inferior ao desastre ocorrido na costa norte-americana meses atrás.
Ao final da matéria, meio envergonhada, Fátima Bernardes admite que para realização da reportagem “tranqüilizadora” a TV Globo utilizou um jatinho oferecido pela própria empresa Chevron, responsável pelo desastre na Bacia de Campos.
Empresas deste porte contratam escritórios de comunicação especializados em gerenciamento de crises. A tarefa destes profissionais é negociar com os meios de comunicação e oferecer explicações que convençam a sociedade sobre a idoneidade da corporação.
Obviamente, a relação comercial entre as partes é um segredo empresarial. Tudo muito protegido em nome da liberdade de imprensa.
Mas a Chevron pode dormir tranqüila quanto ao comportamento da imprensa neste caso do vazamento de óleo na Bacia de Campos. Para defender a privataria e garantir a entrega das riquezas brasileiras para as multinacionais a TV Globo e seus colegas da velha mídia topam qualquer coisa e prometem matérias tênues e silenciosas quanto ao desastre natural que se avizinha.
As privatizações no Brasil ocorreram principalmente na década de 90 e foram defendidas com voracidade pela velha mídia.
A promessa era que o Brasil deixaria de gastar bilhões com empresas estatais deficitárias e sobraria muito dinheiro para o Estado concentrar suas ações e resolver a situação da Saúde e da Educação no país.
Outra promessa era a eficiência. Empresas estatais seriam elefantes brancos e incapazes de gerenciar grandes negócios. Sendo assim, as empresas privadas seriam muito mais eficientes em seus empreendimentos e trariam benefícios para toda a sociedade.
Mais de uma década depois, vemos que o déficit do Brasil com a saúde e a educação permanece grande e o Brasil perdeu a capacidade de orientar os investimentos das estatais privatizadas em benefício da infra-estrutura econômica nacional. Um exemplo disso foi o comportamento da Vale do Rio Doce logo após a crise de 2008. A empresa demitiu milhares de trabalhadores e se negou a investir em produtos de maior benefício para a cadeia produtiva do setor de minérios no Brasil.
A eficiência também não foi o forte destas empresas privatizadas. As empresas de telecomunicações submetem seus clientes à panes quase que diárias nos serviços de internet e as tarifas de telefonia celular estão entre as mais caras do mundo. As empresas de eletricidade obrigam a população a conviver com freqüentes apagões. A precariedade nos investimentos é tanta que no Rio de Janeiro os bueiros explodem sobre a cabeça das pessoas.
Mais de cinqüenta anos depois da campanha do “petróleo é nosso”, os liberais continuam defendendo a entrega do Pré-Sal para os oligopólios privados.
O desastre na Bacia de Campos só vem  reforçar para a população a incompetência e a negligência destas empresas que visam apenas o lucro imediato e pouco investem em segurança e tecnologia, marcas da nossa PETROBRAS.
Ao invés disso, a empresa texana Chevron  parece preferir investir em cortejar a TV Globo para evitar  danos a sua marca já manchada de petróleo e sangue das guerras no Oriente Médio.



terça-feira, 8 de novembro de 2011

Se o Bush fosse paulista, seria eleito governador vitalício!















Sob o silêncio sorridente de São Paulo, a patrulha de choque enfim voltou a ocupar o campus da USP.

Nostálgicos fascistas e servis ressentidos riem satisfeitos ao verem aqueles estudantes vagabundos sendo colocados em seu devido lugar: a cadeia!

Sim, porque na memória desta gente estúpida, acostumada com a chibata, quem é estudante (somente estudante) é à toa e vagabundo.

As gentes de São Paulo foram forjadas no sofrimento das roças, fábricas e na desolação do pau de arara. Nada é mais valorizado nesta cidade triste e infeliz do que os projetos individuais.

Qualquer atitude de mobilização coletiva e de solidariedade ideológica é vista como uma ameaça ao “paulista way of life”.

Há anos, São Paulo é dirigida por uma “velhocracia” infeliz que odeia a vida, por isso odeia também a cultura, o conhecimento, a arte, o ócio e a democracia.

São Paulo odeia as diferenças. Mas também odeia a igualdade.

Se o Bush fosse paulista seria eleito governador vitalício!

A população de São Paulo deve estar orgulhosa de sua Polícia Militar corajosa. Seiscentos valentes policiais prenderam sessenta estudantes desarmados.

Filhinhos de papai maconheiros, dirão os Datenas e Afanasios.

Mas se o nosso glorioso governo do estado decidiu ser rigoroso contra o consumo de entorpecentes, porque  não “invade” também a cracolândia para oferecer algum tipo de alternativa para aqueles zumbis mortos vivos que agonizam em via pública.

Enquanto a polícia vive o seu “Dia D” para ocupar a Cidade Universitária, centenas de bairros vivem reféns da violência urbana, sem direito a policiamento ostensivo.

E não são somente os bairros pobres que vivem com medo da violência. O Morumbi, mais rico de todos, tem sua população seqüestrada por bandidos de verdade. Os moradores se manifestam, mas a polícia de São Paulo, no seu glorioso dia 08 de Novembro de 2011 decidiu enviar um contingente de guerra para defender a ordem pública destes moleques subversivos.

Ouvi diferentes argumentos, contra e a favor da ocupação da reitoria da USP. Confesso que a maioria dos que eu ouvi eram contra. Mas não importa. Estes garotos e garotas hoje se tornam heróis nesta cidade dos forrozeiros universitários, sertanejos universitários que se entretém fazendo “rodeios de gordas” e outros estúpidos preconceituosos que sequer conseguem olhar além de seus inundados umbigos.

Quem comemora a ocupação da USP pela polícia de certo não compreende o constrangimento que foi a presença do aparato repressivo do Estado nos anos de Ditadura Militar, perseguindo e torturando estudantes e professores que ameaçassem o regime com sua produção intelectual.

E quer saber? Eu acho que a ditadura foi bem sucedida em sua missão. Os militares conseguiram emburrecer ainda mais o Brasil. Estamos cada dia mais estúpidos e bestas.

A presença da Polícia Militar na USP não vai ajudar em nada o problema da violência. Simplesmente porque ela é incapaz de resolver a questão em parte alguma desta cidade carente e mal amada.