quarta-feira, 22 de maio de 2013

Racismo e violência. Comentário reprovado

Via Facebook:

Uma amostra do preconceito, intolerância e violência. O que desanima e deprime. Uma manifestação racista odiosa. 

Tempos atrás escrevi um post homenageando a Miss Angola (incrivelmente linda) que venceu o concurso de Miss Universo. Recentemente o post recebeu um comentário para moderação. Obviamente reprovei o comentário, até porque se aprovasse seria responsabilizado como solidário à ofensa. 

Não havia mostrado a ninguém o conteúdo, mas resolvi dividir com vocês com todas as aspas do mundo. Decidi publicar porque entendo que o momento exige. O conteúdo é forte pela violência e estupidez, mas o intuito é denunciar o que corre solto nas redes sociais:

"""""""Esse negócio de concurso de miss..... un.....SÓ VAGABA de terceira categoria, tudo mulher de programa! E quem foi que falou sobre genética maravilhosa de negro aí mesmo? Meu amigo, sou branca ao extremo e prefiro minha pele branca a ser negra pra dizer que tenho bela genética. do que adianta se congelar e ter um cabelo de bombril na cabeça, além de um narigão xapuletado, mais parecido com uma batata cozida amassada? E o beição largo com os olhos esbugalhados? Fora o Suor que emitem pelo corpo... ardente e mal cheiroso. Me desculpe, mas você SIM é preconceituoso ao defender sua raça e, para tal, é capaz de humilhar os brancos, como o fez neste seu comentário mesquinho.
em Miss Universo: Escolha de Miss Angola desencadeia enxurrada de manifestações racistas nas redes sociais""""""""


Infelizmente, este tipo de comentário é rotina, pelo menos no meu blog. 


Fora as ameaças anônimas que recebo cotidianamente. 

Por que será que as vezes paro de escrever?

Por muitas vezes pensei em fechar o blog, até porque não vivo dele. Faço apenas por amor. 

Vivemos em uma sociedade violenta e ressentida. 

A quebra das velhas hierarquias em uma sociedade tão verticalizada como a nossa abriu um conflito sem precedentes.

Em pleno processo de transformação com uma guerra oculta e malcheirosa. 

A guerra se passa de baixo dos nossos narizes. 

Como em todo conflito, é muito arriscado não escolher um lado. Mas o fato é que ninguém entende ao certo a distinção entre as forças opostas. A mediocridade, a violência, a burrice, o progresso, a esperança e as boas ações andam misturados. Está tudo muito confuso e feio.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Problema Nenhum. Vida que Segue. Aqui é Corinthians!





Problema nenhum.

Até que o corinthiano já sentia certa nostalgia dos momentos de sofrimento.

A gente meio que se reconhece nestes dias mais sofridos.

Foi desse jeito que a gente aprendeu a amar o Corinthians.

Fomos amamentados nestes dias cinzentos e carregados. Freud explica.

A verdade é que aprendemos muito pouco nos momentos de euforia. Quando tudo é êxtase nos quedamos pouco receptivos às grandes lições.

Não é à toa que a experiência de amar o Corinthians faça com que a gente aprenda um pouco mais sobre a vida. E que da mesma forma, as nossas experiências de vida tão marcantes, indubitavelmente contribuam para que o Corinthians se agigante.

O jogo contra o Boca foi um roubo só. Tudo muito evidente. Escancarado como é o ressentimento contra o sucesso do Corinthians. O roubo foi explícito como é o preconceito social contra os corinthianos. Como são as lamentações pela quebra das velhas hierarquias. Este tempo que parecia congelado na história brasileira em que todo mundo sabia o seu lugar na sociedade. E o Corinthians, certamente, deveria ocupar esse lugar subalterno no establishment do futebol.

Os direitos individuais são ameaçadores para alguns. A justiça social é intragável para quem não consegue conviver com a igualdade. E o Corinthians não pode vencer. O Corinthians não pode ter o seu estádio. O Corinthians não pode pegar um avião e derrotar os europeus. Os corinthianos não poderiam cruzar o mundo. Aquilo foi demais.

Essa Libertadores não poderia mesmo ser ganha pelo Corinthians.

Doze irmãos encarcerados injustamente em condições subumanas. Uma infeliz fatalidade ocorreu no interior da Bolívia. Um jovem perdeu sua vida e isso doeu no peito de cada um de nós, tão acostumados a passar momentos tão felizes nos estádios de futebol. Para dar respostas aos inquisidores, uma dúzia de cidadãos brasileiros foi escolhida aleatoriamente para assumir a bronca. Doze vidas humanas se perdendo num calabouço boliviano para o sorriso sarcástico dos hipócritas. “Ora, que apodreçam na cadeia. São todos corinthianos. Todos pobres, que não sabem se expressar, falam gírias e pertencem às quadrilhas das torcidas organizadas”.

Não! Esse campeonato não era pra gente.

O Corinthians parece ser a causa de todos os males. É insuportável ver o Corinthians vencer.

Isso também não é novidade para nós.

Em 1914, há cem anos, depois que o Corinthians venceu o primeiro campeonato de sua história, terríveis forças da oligarquia paulistana se mobilizaram para excluir o Corinthians da liga.

Desde sempre o Corinthians causou grande incômodo. Precisamos lutar muito para sobreviver e superar todos os obstáculos.

E continuaremos lutando.

Vencendo todas as barreiras.

Podem nos roubar um campeonato.

Podem ofender e caluniar a nossa gente.

Podem dedicar tantas quantas manchetes escandalosas para atacar o nosso Corinthians.

Mas nunca poderão arrancar o amor que pulsa em nossos corações.

Não conseguirão apagar a chama das nossas idéias

Jamais poderão acabar com a paixão que explode dentro do peito de cada corinthiano.

Nunca poderão sufocar o grito na garganta de cada um de nós que para todo sempre irá gritar: “Vai Corinthians!”.

O que faz o Corinthians diferente dos outros clubes não é o nosso esquadrão, tampouco os campeonatos conquistados, mas a definitiva e extraordinária experiência de ser corinthiano. E isso ninguém poderá nunca nos roubar.