sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Feliz Black Friday
terça-feira, 25 de novembro de 2014
A modelo na cracolândia. A primeira pedra de fama é grátis.
Encontraram uma ex-modelo jogada na cracolândia.
As televisões e jornais se interessaram pelo caso.
O argumento deste novo show é mostrar às pessoas onde elas podem parar com o uso de drogas ilícitas.
Oferecem agora à moça uma nova droga. Que será oferecida durante algumas poucas semanas, enquanto o ibope durar.
A fama instantânea. Tão instantânea e efêmera quanto o "barato" do crack.
Será a promessa de um novo tempo. De reconhecimento. De sociabilidade. De frequentar lugares glamourosos.
A primeira pedra de fama é "de grátis".
Logo em seguida ela será jogada em alguma outra cracolândia do esquecimento, onde estão tantas outras sub celebridades que tiveram seus segundos de fama e agora também agonizam.
Dirão que ela teve uma nova chance e que outra vez jogou tudo no lixo.
Enfim, todos vão dizer como uma espécie de sentença: "Ah, então realmente ela não prestava".
E esse lance do "prestar" ou não "prestar" deixará evidente que não aprendemos nada sobre dependência química e que a cracolândia existe porque o sistema precisa e deseja que ela exista. É um limbo social.
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Sinalizador dos nossos tempos
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Golpistas, de volta para a caverna!
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Apresentação sobre Reforma Política
Fui convidado pelo grande amigo ProfessorWagner Iglecias para a IX Semana de Gestão de Politicas Publicas da USP.
Foi um imenso prazer dividir a mesa com a Professora Esther Solano e o Professor Pedro Fassoni Arruda, ambos muito brilhantes
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Whatsapp, Adnet, Calabresa
Parece existir um descompasso entre a modernidade tecnológica e seu impacto na vida cotidiana, com a preservação da fidelidade como um "último" valor aparentemente incondicional dos indivíduos.
Curioso como parecemos estar preparados para as mais diferentes novidades e inovações em matéria de consumo e até mesmo a aceitar novas experiências no nosso modo de vida.
Porém, persiste inegavelmente, a busca exigente e incansável pela fidelidade do outro.
Ao que parece, as novidades do consumo são muito mais bem-vindas, porque estamos preparados mesmo é para possuir. Para ter. Para ser dono.
O amor e suas diferentes formas tem mudado ao longo dos anos. Amamos de maneiras diversas. Até para isso estamos preparados. Mas nem a liberdade sexual, esta deliciosa novidade das últimas décadas, foi capaz de curar os homens e as mulheres do desejo de serem donos uns dos outros.
Nos mantemos enfermos de ciúmes, cultuando uma violência que para muitas pessoas seria absolutamente justificável e desejável quando o assunto é traição.
Esperava-se da moça traída pelo companheiro um tapa na cara, uma agressão, xingamentos ou uma humilhação vexatória e pública.
No fundo, as pessoas desejavam isso. Aplaudiriam com fervor qualquer demonstração de "dignidade" e toda violência estaria permitida e autorizada.
Algumas pessoas aguardam com excitação o momento de se descobrirem traídas.
Os dois novos tracinhos coloridos do Whatsapp só vêm atender a demanda de seus clientes ansiosos, muito mais por pegar seu parceiro numa indescupável mentira, do que a desinteressante constatação da fidelidade alheia.
Para alguns, ser traído funciona como uma comprovação emocional de que se é melhor e mais justo do que a sua cara-metade. É como se o outro detivesse tudo aquilo de terrivelmente ruim que não podemos enxergar em nós mesmos.
Quem orienta toda a sua vida, seu cotidiano e sua rotina no temor permanente de ser corneado, no fundo está conferindo ao outro a responsabilidade pela própria realização.
Fica muito mais fácil e mais leve viver quando não é preciso carregar o próprio peso. Porque se algo der errado e se você for traído, sabe-se que você foi desgraçadamente vitimado por um mal que fugiu ao seu controle e ao seu merecimento.
A mesma tecnologia que criou delícias e facilidades às pessoas, permite aos senhores da guerra monitorarem suas ideias e seus passos, permite também que seu companheiro ou companheira saiba exatamente onde você está. É um serviço extra. Um produto oferecido como cortesia aos reles mortais por entregarem suas vidas ao controle dos poderosos.
E isso não tem volta.
Quem é que pode dizer o que é ou não é traição? Isso cabe a cada um. Aliás, é possível ser linchado socialmente e tornar-se um indivíduo estigmatizado e indesejável por ousar colocar em voga a sagrada fidelidade daqueles que sabem como ninguém que o inferno são os outros.
Porém, recomendo aos novos casais, daqui por diante, serem mais cúmplices e menos vigilantes.
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
O Corinthians e o futebol que aprendemos a amar não são assim!
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Gislene e Francesco
Gislene tinha de voltar logo pra casa. Seu filho havia amanhecido com febre. Sua irmã mais nova cuidava do menino. São ao todo sete irmãs, contando com Gislene. Todas viviam no mesmo apartamento no centro de São Paulo. Das sete, quatro já tinham filhos. No total viviam quinze pessoas no apê da Rua dos Guaianazes. Era um berrar e correr permanentes naquele pequeno espaço. O único homem era Lucas de sete anos, filho de Gislene. No mais eram outras catorze mulheres, entre adultas e crianças.
A avó resignava-se em ficar sentada o tempo todo em uma poltrona igualmente velha, segurando sempre um rádio antigo ligado na Rádio Capital AM. Não ousava se meter em nenhum assunto de suas meninas. Cada uma resolvia por si os seus homens, seus empregos e os destinos de suas crianças. Deixava que as filhas se esbofeteassem por um pedaço maior de bife ou pela televisão. Espera tranquilamente a hora em que uma das filhas coloca em suas mãos um prato de almoço ou jantar. Sempre guardam para ela um pedaço da mistura.
As crianças raramente brigam por conta da mistura. Preferem comer bolachas recheadas e não ligam para comida. Elas também são livres para a escolha do seu cardápio. As mães consideram a refeição mais prática, rápida e barata. Naquela região da cidade existem inúmeras lojas de doces com grande variedade e por preços módicos. Avisam uma só vez que o jantar está pronto, mas as crianças já se decidiram pelos doces. As mães sentem pena em privá-los das guloseimas. Quando meninas, mal sabiam o gosto de uma bolacha, de modo que consideram as crianças privilegiadas.
Cada uma das adultas, exceto a avó, trabalha em bicos esporádicos. Mesmo que houvesse emprego daqueles com carteira assinada, não poderiam trabalhar todas ao mesmo tempo. Não haveria com quem deixar as crianças. Portanto, enquanto uma tem um emprego fixo, outra é diarista, outra é garçonete na madrugada, outra recebe seguro desemprego e outras produzem umas pulseirinhas em casa enquanto olham as crianças. Todas recebem algum programa social. O acúmulo desta salada econômica garante a comida com mistura, o aluguel, as bolachas e uma grana extra para gastarem no forró.
Suélen, a caçula, pensa em ser diferente das irmãs. Tem dezessete anos e concluiu recentemente o ensino médio. Sonha em fazer faculdade de secretariado. Gislene tenta ajudar. Paga para a irmã olhar com cuidado o filho Lucas. Um cuidado especial. Entre todas as sete irmãs, existe uma afinidade específica entre Gislene e Suélen.
Gislene ressente-se do seu destino. Seu filho não foi fruto de uma relação amorosa, tampouco prazerosa. Foi um acidente. Não que isso a impeça de amar ao menino, mas para ela é muito estranho perceber no rosto de Lucas a cara de um homem que não significou nada para ela. Nem amor, nem rancor, nem afeto, nem desejo. Nada. Já Suélen tem horror a homens. Diz em casa para que todas ouçam que nunca terá um filho. Também não lhe interessa as meninas. Simplesmente não da bola para o sexo. Tem outra expectativa: ser secretária executiva.
Lucas tem febre e dor na nuca. Aguarda o retorno da mãe para tentar a sorte no Pronto Socorro.
Gislene tem de voltar logo, mas o trabalho não é fácil. Procura concentrar-se em chupar o velho Francesco para terminar logo o serviço. Tenta não se incomodar com o odor azedo que sobe de suas virilhas. Acaricia sua pele murcha e emite sonidos de prazer para que o velho, por fim, despeje seu líquido cada vez mais raro e pague pelo serviço. Gislene não quer mal o velho, ao contrário. Agarra-se a ele com alguma dose de afeto. Não acredita mais no amor. Gislene pensou ter amado quando tinha catorze anos. Agora entende esse tal amor como coisa de menina. A realidade é outra. No mais, com Francesco ela não considera estar se prostituindo. Não há tantos conflitos pessoais. Ele é o único homem com quem faz programas. Finge ser sua amante e isso a conforta. Para Gislene, Francesco caiu do céu.
Ele paga semanalmente. Nunca falha. Gislene visita seu apartamento na Bela Vista três vezes por semana. Ele recebe mensalmente uma aposentadoria razoável que é depositada da Itália diretamente para sua conta corrente. Ganha cinco mil e quinhentos reais. Gislene fica com mil e duzentos ao mês. Nada mal para o velho viúvo e solitário.
Francesco é tarado por Gislene. Adora passar o seu rosto gasto na pele lisa e cheia de sardas da jovem ruiva. Pede sempre para que ela abra suas pernas e mostre seus pelos vermelhos libertos da gilete e da tesoura. Seus seios são mínimos, porém firmes. Passa horas olhando e acariciando aquela mulher de vinte e nove anos. Quando não tem ereção ou quando Gislene está menstruada, sentam-se lado a lado e conversam sobre a vida.
O velho repete as histórias da sua infância órfã. Foi criado em um convento na Itália. Era a única criança que vivia no local. Conta sempre que tomava banho acompanhado das freiras que por vezes reuniam-se para tratar do garoto. Gostava dos pelos de Gislene porque em sua memória afetiva habitavam as inúmeras vaginas peludas e impossibilitadas de maiores cuidados das irmãs católicas.
Quando completou dezesseis anos já era um homem. Se não o suficiente para cuidar-se sozinho, era homem formado fisicamente. A convivência no convento tornou-se traumática, mas não para Francesco, mas para as freiras que passavam muito tempo agitadas e estressadas. Por isso foi colocado em um navio rumo à Argentina. No entanto, foi obrigado a descer em Santos. Passou fome por anos até conseguir um emprego de garçom numa cantina na Mooca. Seguiu a vida até se casar com uma baiana que morrera faz cinco anos, deixando-o só. Não teve filhos. Não conhece os pais, nem tios, nem ninguém.
Gislene suga com força. Olha fundo nos olhos de Francesco que por fim se entrega. Desfalece deitado no lado direito da cama, como de costume. Hoje ela não pode passar mais tempo na cama do homem, como faz normalmente. Pede trezentos reais ao velho, coloca na bolsa e corre em busca de seu filho.
Chega ao prédio. Nem sequer lavou o rosto. Escuta os gracejos dos vizinhos nigerianos que passam o dia todo sentados na calçada jogando cartaz, bebendo cerveja e fumando maconha. Chegando ao sexto andar já pode ouvir o forró que grita alto no apartamento. Abre a porta. É impossível falar em voz baixa na sua casa. Só se fala berrando. Dia e noite os ruídos são os mesmos. O Forró, as crianças, a televisão, as irmãs histéricas. Chega à sala e a mãe permanece alheia a toda balbúrdia. Parece cochilar com o rádio ligado em seu colo.
Nos braços de Suélen, Lucas parece estar delirando em febre. Gislene dá uma bronca na irmã:
- Menina, por que você não o levou para o hospital?
- Eu não tenho dinheiro pra condução.
- Por que não pediu para as meninas?
- Elas disseram que eu só cuido do Lucas, então que eu pedisse dinheiro somente pra você.
Gislene desceu o edifício e pegou um taxi. Sabia que o menino estava vivo porque seus braços queimavam, mas o Lucas não reagia a nada. Ao chegar ao Pronto Socorro viu que a fila era grande. Desesperada, ultrapassou a fila e começou a gritar pedindo ajuda. Outras mulheres tomaram a frente e protestaram:
- Hei boneca, você não vê que tem fila?
- Meu filho vai morrer.
- Aqui ta todo mundo esperando por mais de cinco horas, filhinha. Você vem aqui toda afetadinha e acha que tem privilégio.
- Meu filho não responde a mais nada. Por favor.
Ousou enfrentar a ira das outras flageladas e enquanto carregava Lucas em seus braços chutou a porta que divide a sala de espera e os consultórios invadindo o corredor. Entrou na primeira sala onde viu uma médica. Colocou Lucas sobre o leito do consultório.
- Pelo amor de Deus, salve meu filho.
Sacou os trezentos reais da bolsa e colocou na mesa da médica. A doutora segurou o menino, ouviu os batimentos cardíacos e levantou as pálpebras com o dedo. Devolveu o dinheiro para Gislene colocando-o na palma de sua mão e apertando firme. Chamou dois enfermeiros que conduziram o garoto para a emergência. Gislene quis acompanhar, mas foi impedida pelos enfermeiros. Quis permanecer no corredor interno do hospital, mas foi proibida pelos seguranças.
Voltou à recepção do hospital para fazer o cadastro de entrada e aguardar noticias. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. Enquanto procurava seus documentos foi atingida com um golpe na cabeça. Um tamanco pesado da mulher que reclamara o lugar na fila. Caiu no chão sangrando. Levou mais três chutes no estômago. Perdeu o fôlego e desmaiou.
Levada à sala de sutura, um funcionário do hospital pediu que ela desse o telefone de um acompanhante para avisar o ocorrido. Sem poder pensar o porquê, forneceu o número de Francesco.
Cansada, deprimida, ferida e preocupada, Gislene permaneceu inerte no leito. Estava em observação médica. Não poderia adormecer. Olhava fixamente para o teto enquanto escutava os ruídos próprios de um hospital, como os gritos incessantes de bebês e médicos que repetiam exaustivamente os nomes dos pacientes que aguardam na sala de espera. De repente aparece sobre a sua visão o velho Francesco.
Ele não perguntou nada. Tampouco ela esforçou-se para explicar todo o ocorrido. Em poucos minutos uma ambulância levava mãe e filho para um hospital particular limpo e confortável.
Enquanto esperavam pelo estado do menino, Gislene com um curativo na cabeça apanhou os trezentos reais na bolsa. Aquela altura o dinheiro a incomodava e envergonhava. Estendeu o braço e devolveu para Francesco. O velho tentou recusar, mas Gislene enfiou as cédulas no bolso da calça do homem. Ele aceitou e deu um meio sorriso.
Naquele momento Gislene estava certa que chegara o mais próximo possível do amor. Nunca havia sentido gratidão na vida. Na verdade, nunca fizeram nada por ela para que pudesse agradecer, logo, aquilo era o sentimento mais acolhedor que já havia sentido. Lacrimejou, enxugou as lágrimas que pode, sugou o nariz e disse a Francesco:
- Você nunca mais tem de me pagar por nada.
Francesco feliz respondeu falando baixinho:
- E você nunca mais vai ter que pedir.
Segurou os ombros de Gislene com um misto de afeto e proteção. Ela sentou-se mais perto e gostou de sentir o cheiro de cigarro nas roupas gastas dele. Encostou sua cabeça no peito do velho. Não estavam mais sós.
Intervenção Militar Nunca
Artigo publicado originalmente no Estadão em sua versão digital
O Governador Geraldo Alckmin disse que considera "inaceitável" as manifestações em favor de uma"intervenção militar" no Brasil.
Fez muito bem o governador. Neste momento de crescente histeria política, espera-se atitude republicana e responsável por parte dos governantes, em especial dos líderes políticos da oposição.
Passado o período eleitoral, é hora das reflexões pacientes e eventuais correções de rumo. Espera-se que o PSDB, por sua importância no processo de redemocratização do Brasil, se desvincule e se afaste desta aventura irresponsável.
Dentre tantas distorções do nosso sistema eleitoral, vale destacar que ele favorece a busca pelo absurdo. Para que um candidato seja notado pelo eleitorado entre milhares de concorrentes, busca-se frequentemente o exagero e a apelação. No horário eleitoral nos deparamos com figuras pitorescas e outras supostamente engraçadas. Notadamente o absurdo dá voto.
Nas últimas eleições, houve grande adesão do eleitorado aos candidatos ultraconservadores. Quem se beneficia desta lógica, não tem nenhum compromisso com a coerência. Alimenta-se justamente das conclusões tolas e da cultura autoritária que ainda permeia nossa vida social. A extrema direita foi bem votada nas eleições parlamentares, o que encoraja outros tantos aspirantes ao mandato legislativo. É a “bolsonarização” da política.
As forças políticas se acomodam onde encontram melhores espaços. Se estabelecem no terreno que parece ser mais fértil e que apresenta melhores condições. No espaço mais receptivo e com clima menos hostil.
Quando o PT passou a transitar pelo centro da política, o PSDB acabou sendo empurrado para uma direitaintransigente, muito distante de suas raízes históricas. Ainda que a candidatura de Aécio Neves tenha sido cuidadosa em seu discurso, alguns de seus apoiadores estiveram livres para disseminar mensagens que causariam arrepios até mesmo no Tea Party estadunidense. As redes sociais em seus enfrentamentos cotidianos fizeram com que as candidaturas fossem maiores que os candidatos. Ou seja, os candidatos se tornaram muito mais do que a totalidade de seu discurso.
Se por um lado, a adesão à candidatura de Aécio – que verdade seja dita, não foi apenas do eleitorado conservador - tenha sido grande, permitindo a maior votação do PSDB nos últimos anos, por outro, a proliferação deste discurso permitiu que nessas eleições comportamento e política andassem juntos, possibilitando uma identificação mais fácil das duas candidaturas por parte de um eleitorado que estava até o momento por fora do jogo político. Muitos eleitores que votariam nulo ou que nutriam críticas importantes ao Governo Dilma, ao final, apoiaram sua candidatura. Em outras palavras, o discurso ultraconservador e autoritário de alguns apoiadores da candidatura de Aécio, unificou o eleitorado de esquerda em torno da candidatura da Presidenta Dilma.
A necessidade de uma reforma política parece evidente. Porém, tão importante quanto reformar as regras do jogo seria a reorganização do centro da política. O fisiologismo parece ser o principal elemento de adesão gravitacional aos governos federal e estaduais. Seria desejável, no entanto, que as forças políticas interessadas nas transformações sociais que o Brasil precisa tivessem abrigo para além da polarização entre PT e PSDB. As críticas e a oposição ao governo do PT, necessárias para o funcionamento da democracia, não deveriam estar entregues ao histerismo e ao retrocesso.
A presidenta foi escolhida pela maioria dos votos em eleições livres. Nossas instituições funcionam regularmente. É necessário que haja uma oposição responsável, democrática e republicana. É possível fazer críticas duras e combativas ao Governo Dilma, mas que sejam para o avanço social e fortalecimento de nossas instituições. Parece pavoroso perceber que quase tudo o que não é governismo cego e improdutivo descambe para o extremismo odioso. As vozes coerentes e democráticas da oposição devem ser levantadas para que não prevaleça os berros histéricos dos cães raivosos.
Tirar proveito político de manifestações que defendem “intervenção militar”, além de ser um oportunismo irresponsável, significaria uma derrota histórica e irreversível para as forças políticas que pretendem se comunicar de maneira séria e coerente com a sociedade brasileira.