quarta-feira, 31 de julho de 2013

Causa da crise é a orgia dos especuladores, não os gastos dos governos!



Fique esperto. 

O debate sobre os gastos públicos, embora seja muito sensível para a população que vive esmagada e tenha fertilidade nas faculdades de economia espalhadas mundo afora, tem um nebuloso componente oculto. 

O que se tenta fazer acreditar é que a crise econômica mundial foi causada pelo endividamento dos Estados.

Como se esse endividamento tivesse se dado pelos gastos do custeio dos governos ou com os programas sociais e investimentos em infra-estrutura.

Ora, passados cinco anos da eclosão da crise nos Estados Unidos está em curso uma verdadeira corrupção histórica para omitir a verdadeira causa da crise que foi o castelo de cartas dos banqueiros e especuladores que promoveram uma verdadeira suruba financeira global. 

Os Estados estão endividados sim! Mas porque tiveram que cobrir o rombo dos magnatas. 

No Brasil, os gastos públicos aumentaram sim! Mas por uma escolha política de governo para manter os níveis de emprego e tentar preservar a atividade econômica diante da retração da demanda privada. 

Portanto, cuidado para não cair em certas armadilhas ideológicas e papagaiar contra os investimentos de Estado e acabar defendendo os interesses dos mafiosos fraudadores.

Esteja com "os olhos bem abertos".


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ode ao Paulinho



Difícil cair a ficha de que o Paulinho foi embora.

Os corinthianos não são de idolatrar jogadores. Viver o Corinthians sempre foi a experiência única e suficiente.

Existe até uma espécie de ressentimento dos torcedores para com os jogadores, pois eles desfrutam de uma relação privilegiada com o clube. Ganham dinheiro para representar nossas cores e fazer aquilo que daríamos todos os nossos tesouros para vivenciar, nem que fosse por um único dia.

E nem sempre (ou quase nunca), se dão conta deste privilégio.

Lá no Parque São Jorge tem a calçada da fama que homenageia com justiça alguns de nossos maiores ídolos.

Mas deveria haver também o "Esgoto da Fama", dado o contingente de picaretas que jogaram no lixo essa oportunidade maravilhosa de jogar no Corinthians e desonraram nossas tradições. Não por serem ruins de bola, porque sinceramente isso nem é tão relevante para a gente. Mas por incompatibilidade moral com o cargo.

O Paulinho sim, merece todas as homenagens reservadas a pouquíssimos jogadores na nossa história.

Dizem que conversa de malandro não faz curva. E o Paulinho sempre foi coerente. Não tem confusão. Sério, dedicado, responsável e maduro. Nunca foi moleque.

O Paulinho tem o perfil de um grande soldado, talhado a se consagrar como um herói de guerra, com condecorações por coragem e bravura. Alguém com qualidades absolutas para liderar, pois ninguém jamais contestaria sua condição de comandante. Ele reúne qualidades fundamentais de um grande líder.

O jogo contra o Vasco estava nos minutos finais. Caminharíamos para uma torturante prorrogação que provocaria a sanha dos mais terríveis fantasmas que nos assombravam durante anos.

A bola viajou bem alto. O Paulinho subiu aos céus. Mandou a bola para o fundo do gol.
Fiquei cego por alguns instantes. O grito sufocado transbordou no meu peito e saiu pela garganta. Desopilamos nossos fígados. Certamente, naquele instante, ganhamos uma prolongação de vida. Valeu à pena ter nascido pra ver aquele gol do Paulinho.

E o melhor de tudo foi sua comemoração. Nos braços da fiel. No alambrado. Não recusou o abraço fraterno e foi muito sincero naquele momento de emoção.

Num futebol cada dia mais pragmático e rendido ao marketing das cabeleiras coloridas e das dancinhas provocativas, o Paulinho comemora seus gols com a alma. Sem frescura. Bem Corinthians!

O Paulinho alcançou a glória reservada para pouquíssimos. Virou o craque da seleção jogando bola no Corinthians.

Campeão do Mundo!

E como jogou bola.

No lance do gol, todo corinthiano ficou de pé quando o Paulinho apareceu na cara do gol do Chelsea.

Ele deu um calcanhar fantástico para o Jorge Henrique e recebeu a bola de volta. Tocou para o Danilo. É curioso ver o lance e perceber como a partir desse momento, ele passa a agir como um torcedor. Estica os dois braços em direção do Danilo, como que dizendo "CHUTA". Ele chutou e na rebatida, a bola sobrou na cabeça do Guerreiro. Então o Paulinho fez o movimento de cabeceio como que telegrafando a jogada fatal. 

E no fundo ele era isso. Um emissário da fiel torcida. O jogador dos nossos sonhos. Técnico, raçudo, elástico, vibrante e com uma misteriosa presença de espírito.

O Paulinho é um jogador pelo qual vale a pena torcer.

Espero que ele seja feliz, pois nos deu também alegrias e felicidades incomparáveis.

Nos deu emoções que não se compra em shopping nenhum desse mundo.

Vai com Deus, Paulinho!



quinta-feira, 4 de julho de 2013

1 Ano da Conquista da Libertadores. Precisava ser assim. VaiCorinthians!



A conquista da Copa Libertadores não era um fetiche.
Não era o capricho dos Corinthianos.
Tampouco, as permanentes tentativas de vencer esse campeonato traziam um sentimento de inferioridade perante os demais clubes. Não precisávamos desse campeonato para superar nosso complexo e ficar no mesmo nível de outros grandes clubes. Bobagem! Besteira! Não era nada disso.
Existia sim um trauma por conta dos momentos de frustração e de tristeza. 
Dos empreendimentos equivocados do Corinthians. 
Das vezes em que nos distanciamos das nossas características e tradições.
Quando a cada nova contratação, ouvíamos a sirene do Parque São Jorge e olhávamos meio de lado a fuça do jogador e pensávamos: "Será que esse vai ser o cara que vai nos trazer a Libertadores?".
A torcida também cometeu seus erros, emprestando uma solenidade desmedida aos jogos da Libertadores. Gritávamos "é quarta-feira" logo no começo da semana e aumentávamos o peso que carregávamos nas nossas costas.
A Libertadores não era fetiche, não era capricho, não era obsessão, não era objeto de desejo. Era o que então?
Não queríamos ser os novos reis ou os novos donos da América. Aliás, parece-me um contrasenso um clube vencer uma taça chamada LIBERTADORES da América, em homenagem à grandes homens que lutaram pela emancipação do continente, livrando-nos do jugo colonialista - luta essa que até hoje não se concluiu - para depois de campeão se proclamar Rei da América... Estranho isso.
O Corinthians queria vencer a Libertadores por dois motivos principais. O primeiro era para se libertar de uma aflição que recaiu sobre a nossa história e nos impedia de avançar. Nossos projetos ficavam todos subordinados à Libertadores e isso nos atrapalhava demais. O segundo e principal motivo é a vocação do Corinthians para alcançar esse continente.
No fundo, todo Corinthiano sabia que seria uma questão de tempo. Mas que depois de vencido esse campeonato, poderíamos chegar as vilas espalhadas pela América Latina proclamando um destino compartilhado com o proletariado corinthiano espalhado nas quebradas de São Paulo.
Precisaríamos mostrar ao mundo o que é o Corinthians.
Não queríamos render ninguém, a não ser o pensamento tacanho e preconceituoso. Queríamos sim era compartilhar aquilo de melhor que possuímos. Aquilo que é definitivo na vida de uma pessoa. A experiência de ser corinthiano.
Alguns pensavam nos ofender quando diziam que éramos um time da ZL. Ora, de verdade isso nunca nos pegou. Jamais nos ofendeu. Somos sim o time do povo.
Portanto, a verdadeira realização em vencer a Libertadores estava na afirmação da nossa própria identidade. Que a vitória fosse conquistada reforçando nossas próprias potencialidades. 
Não precisávamos de nenhum "cara". Talvez demoramos para entender que a nossa força está justamente na estrutura, não nos agentes. 
E aquele time de 2012 não tínha nenhum ídolo. Talvez sequer esteja entre os três ou quatro melhores times da nossa história. Mas creio que o time de 2012 entrará para a história como o mais querido da nossa gente.
Muitos jogadores de "jogo difícil" no mesmo time. Jogadores que crescem em momento de decisão. Identificados com o Corinthians que aprendemos a amar. O Corinthians que joga o jogo, assim como a gente joga a vida.
Precisava o Tite assistir o jogo no meio da torcida para tomar um banho de povo. Olhar com nossos olhos e comemorarmos abraçados o Gol do Corinthians para deixar claro que aqui o mundo gira diferente. O gol não sai do campo e vem pra arquibancada. Porra nenhuma! Aqui é Corinthians. A coisa vem de fora pra dentro. E não é só da arquibancada. O Gol brota na presença de espírito de cada corinthiano espalhado em suas casas, barracos, botecos, celas, leitos de hospitais.
Uma energia que ungiu o Paulinho que subiu aos céus e cabeceou pro fundo do gol quando o jogo estava no fim...
Que emoção. Impossível não chorar.
Precisava sim o Paulinho subir no alambrado e abraçar o torcedor.
Uma cena linda que vai ficar para sempre na retina de cada corinthiano. Deus do céu!
Precisava vencer o time da moda. Derrotar o time do Pelé na casa deles e vingar o meu pai, coitado. Como sofreu! Essa molecada deveria entender que a vida nem sempre foi tão fácil para o Corinthians.
O time da moda tinha que saber melhor quem era o Emerson Sheik. Puta golaço.
O Santos jogava dando risada e fazendo dancinha. Vai te catar!
Fizemos o jogo ficar sério e o bicho pegar. 
Precisavam ver o Danilo frio e concentrado colocando a gente na final. 
Estaríamos vivendo a realidade? Venceríamos mesmo esse campeonato depois de tanto sofrimento?
Veio o Boca Juniors. O bicho papão dos clubes brasileiros.
Se os outros times morriam de medo do Boca, nós sabíamos que não deveríamos temer. O que eles tem de melhor - e que assusta todo mundo - nós temos de sobra, pô.
Nós somos o time do povo. Nós enfrentamos as decisões como enfrentamos as grandes dificuldades da vida.
Precisava sim calar a Bombonera.
Precisava surgir um novo personagem. Um moleque que surgiu do nada, como se tivesse baixado alguém da arquibancada ou de algum campinho perdido na periferia pra jogar na Argentina e tirar a nossa zica.
Aquele toque leve que encobriu o goleiro do Boca serviu para dizer: "é isso". O Corinthians vai ganhar invicto essa tal Libertadores. Anticorinthianos, se acostumem com a idéia. Isso não deveria ser tão dificil assim. A frieza do Romarinho recém chegado no Corinthians era para dizer que não precisávamos de redentores, pois a redenção estava em nós mesmos,
No dia 4 de julho de 2012 voltei de viagem. Interrompi minhas férias planejadas meses e meses atrás porque não fazia sentido ver o Corinthians campeão longe de casa. Ainda que não conseguisse ir ao estádio eu queria ver a cidade.
Cheguei em casa e meu pai me esperava na porta. Com a bandeira do Corinthians nas mãos. Um sorriso de felicidade por ele, pelo Corinthians e também por mim. Pois ele sabia que no meu peito explodia uma alegria de viver o nosso Corinthians.
A casa enfeitada. Minha mãe feliz. Todo mundo feliz. Era o meu Corinthians, meu Deus.
Tinha escrito um texto: "O porquê do Vai Corinthians". Enquanto eu viajava o texto explodira aqui no Brasil e muita gente compartilhava. Foram milhões de pessoas...
Vivia realmente um momento de plenitude de amor pelo Corinthians.
Porque não estávamos alí depois de vender a alma para o Diabo. Nem passado por cima das nossas tradições. Seria o nosso velho Corinthians a jogar no Pacaembu.
Sentei no boteco ao lado do estádio. Ganhei um ingresso de um amigo. Nunca agradeci a ele como deveria. A verdade é que quando ele me deu o ingresso pensei que fosse piada. Pegadinha.
Deus abençoe para sempre esse cara.
Assisti ao jogo no Tobogã. A noite era mágica. Vestia a camisa mais velha que tinha no armário.
Precisava sim o Sheik esmerilhar naquela partida.
Precisava dizer pra todo mundo que não tremeria naquele jogo depois de enfrentar todas as dificuldades na vida dele, mas tão presentes na vida de tantos corinthianos favelados.
Quando o Sheik matou aquela bola com as costelas e executou o goleiro do Boca eu não podia acreditar. Pulava como Criança. A bola tinha entrado. Era verdade. O Pacaembu veio abaixo e não tinha mais como o Boca segurar a bucha. Nem um time "traiçoeiro" como aquele poderia surpreender o Corinthians.
Mas a certeza veio quando o Sheik roubou a bola no meio de campo. Correu como um foguete até a entrada da área. Eu gritei "mata o jogo. Mata o jogo". 
Ele matou. 
O Corinthians foi campeão invicto da Libertadores.
Não existia mais nenhum obstáculo que o Corinthians não pudesse superar.
Contra tudo e contra todos, nós vencemos. Mais unidos do que nunca!


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segunda-feira, 1 de julho de 2013

A Greve Geral dos Coxinhas



Esse pessoal que tentou organizar Greve Geral pela internet é uma piada. Mal conseguem organizar reunião de condomínio e querem parar o país sem acordar cedo, tomar chuva e passar frio.
Jamais estiveram em uma porta de fábrica na vida. O máximo de “constrangimento” que se submeteram foi distribuir flyer de balada na porta da “facul”.
Pra organizar greve não pra dá ser anônimo. Tem que mostrar a cara. Se expor ao máximo e passar segurança. Demonstrar coragem e estabelecer uma relação de cumplicidade com o trabalhador.
Uma greve não é oba-oba. Principalmente para quem tem tudo a perder. O emprego, o respeito, a carreira, a aposentadoria, a casa e a família.
Uma greve mexe com todos os sentimentos dos seres humanos. Os mais nobres e os mais pérfidos. Se lida com a coragem, a aventura, a gratidão, a covardia, a subserviência e a decepção. Tudo junto. Aderir a uma greve é algo muito diferente de curtir uma página no Facebook.

Imaginar ser possível organizar uma greve geral dentro de casa, quentinho, com roupa de marca e usando uma máscara do “V de Vingança” não passa de uma fantasia voyeurística. Nada muito diferente dos devaneios masturbatórios com alguma “musa” de reality show. Ou então um novo jogo de vídeo game.