segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Sobre ser pai...



Acho que mereço sim ser parabenizado pelo dia dos pais.
No final das contas, devo ser um bom pai.
É certo que errei bastante. Até porque não é nada fácil. A vida não é fácil. Ser pai molecão torna a tarefa mais difícil ainda.
Ser pai é mil vezes mais difícil do que ser filho.
O filho pode errar porque é humano.
Do pai se exige capacidades extraordinárias. Referências morais. Não frustrar a idolatria do filho. Ser super-herói.
E, de verdade, a gente é tão pequenininho...
Quando o filho te descobre humano, imediatamente você se torna menor. É difícil pra você e muito difícil pra ele também.
Tudo aquilo que a gente tinha como verdade cai por terra quando a gente vira pai.
A nossa tarefa exige decisões difíceis e "impopulares". É um cargo de liderança.
Hoje entendo muito melhor o meu velho.
A gente não têm clareza sobre todas as coisas. Somos passíveis de erros, deslizes, equívocos.
Estamos permanentemente em dúvida.
Por fim, o que nos orienta mesmo e acaba por ser definidor são nossas escolhas. E quase sempre somos obrigados a fazer escolhas difíceis. Carregar um fardo, sacrificar-se sem muitas vezes ser reconhecido por isso.
Talvez as mães sejam mais reconhecidas. Definitivamente elas são mais populares. O afeto, o abrigo, o conforto.
O cargo de pai não é fácil. Te digo que é difícil.
Muitos se esmagam e simplesmente renunciam. Dão no pé.
Você pode ser culpado por ser presente demais, opressivo, ou no minuto seguinte ser considerado ausente e indeciso.
O pai tem que estar preparado para as críticas. Para as incompreensões. Para as "manchetes negativas".
Tem que no fundo do coração acreditar nos seus propósitos.
Devo ser um bom pai. Fiz opções, escolhas, investimentos. Decidi sempre estar próximo da minha filha e não me afastar. Abri mão de tantas outras coisas para isso.
Impus minha presença mesmo quando ela não era tão desejada.
Sei lá. Escolhi assim. Dos possíveis erros era o mais suportável pra mim. Demonstrei com todas as forças o amor gigantesco por ela. Beijei, abracei. Impedi afastamentos e lacunas.
Se exagerei demais, depois ela resolve na terapia. Mas eu preferi assim.
Sei que sou muito feliz por minha filha viver comigo hoje.
Ela tem um amor infinito por sua mãe. Não se trata de competir.
Mas sou muito orgulhoso por ela se sentir à vontade e ter decidido compartilhar sua vida sob o mesmo teto que eu.

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