quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Queda! Últimos momentos de Serra na política.


Desde os tempos de líder estudantil até alcançar o posto de comandante da patrulha de choque do neoliberalismo brasileiro, Serra foi um líder político ousado, ambicioso e agressivo.

Após seus dois mandatos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se recolheu do cotidiano político e preferiu aceitar, com alguma satisfação, sua condição de gurú da direita brasileira.

Serra assumiu a chefia das "tropas" e fez um calculo político em que alcançar a 
presidência seria uma questão de tempo.

Não mediu esforços para desbancar seus adversários internos e ganhou o apoio de setores poderosos e importantes, como os grandes veículos de imprensa e o mercado financeiro.

Mas o sucesso dos mandatos de Lula  e sua capacidade de aglutinar os grandes capitalistas, liderando um governo de centro e atendendo os setores desenvolvimentistas, ressentidos de representação política após a devastação neoliberal, aniquilou a estratégia de Serra em se qualificar como única alternativa viável para o capitalismo brasileiro.

Serra foi empurrado para a direita.





Lá ficou, prensado e esmagado. Diminuiu seu tamanho político e sequer teve a capacidade de defender o projeto político que foi partícipe, como um dos maiores articuladores das privatizações e dilapidação da infra-estrutura nacional.

 

A derrota para Dilma foi humilhante. Não por ser derrotado pela candidata do presidente Lula, no alto de seus 80% de aprovação. Mas por ter cumprido um papel muito menor do que o esperado. Foi constrangedor.

O estilo truculento de Serra e a opção por destruir seus oponentes, em detrimento da possibilidade de construir alianças, desgastou sua figura e o tornou uma figura abjeta no meio político.
Pouco a pouco esta imagem que Serra cultivou nos bastidores da política passou a ser conhecida pelo eleitorado.

A imposição de seus projetos políticos pessoais aos interesses de seu partido e a insistência em ser candidato em tantas quantas eleições lhe fossem convenientes ficou visível aos eleitores, contrastando com a figura doce e serena vendida em suas propagandas eleitorais.

Existe um esgotamento do eleitorado com a figura política de Serra. Nas ruas, o que mais se ouve por parte de seus antigos eleitores é que "não da mais para votar no Serra" ou que "não agüentam mais olhar a cara do Serra".

 

E Serra repete muitos dos erros cometidos na eleição presidencial de 2010.

Neste segundo turno, em que o candidato deveria ampliar seu eleitorado e aumentar seu espaço de representação na sociedade, José Serra mais uma vez descamba para o discurso ultra conservador.

Em 2006, quando Alckmin perdeu para Lula na reeleição do ex-presidente, no segundo-turno o candidato, que precisava atender a um eleitorado mais amplo para derrotar Lula, cobrou providencias drásticas (alguns falavam em invasão) do Estado brasileiro contra a Bolívia de Evo Morales, que havia desapropriado instalações da Petrobras. Foi um desastre. 

Em 2010, Serra não se preocupou em trazer a luz grandes questões de Estado para superar Dilma no segundo turno. Tampouco precisou se expor na televisão para colocar em voga a questão do aborto. As grandes questões nacionais ficaram subordinadas ao debate obscurantista religioso em torno das políticas publicas de saúde para a mulher.

Padres e pastores pregavam o medo distribuindo panfletos nas cidades brasileiras.

Agora, Serra trouxe do Rio de Janeiro um pastor fundamentalista com o intuito de desviar as discussões sobre a administração municipal, colocando na pauta as cartilhas de combate a homofobia  nas escolas, apelidadas de "Kit Gay" pelos conservadores de direita.

As pesquisas já apontam o naufrágio da estratégia Serrista. 

Serra sairá da vida política menor do que entrou.

A eventual derrota de Serra decretará o fim de sua liderança política.

Rapidamente, o governador Alckmin acolherá os serristas remanescentes e poderá se consolidar como grande chefe do PSDB paulistano. Serra estará descartado.

Serra não queria ser candidato. Mas se sentiu obrigado, já que o mandato de prefeito poderia garantir seu patrimônio político e protegê-lo dos inúmeros inimigos que colecionou durante sua carreira.

Entrou na campanha pressionado pela derrota nas eleições presidenciais e pelas denúncias do livro "Privataria Tucana".

Serra está sendo condenado pelo conjunto de sua obra como político. 

Estes são os últimos dias da carreira política de Serra.

Caso ele permaneça na vida pública, se converterá em um "Zumbi Eleitoral".

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