quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Resumo do Discurso da Presidenta Dilma na abertura da 66ª Assembléia Geral da ONU


Há mais ou menos um ano, circulava pela internet um boato de que caso eleita, Dilma Roussef seria impedida de entrar nos EUA, por ter sido terrorista no passado.
Isto porque Dilma arriscou sua vida e foi torturada lutando contra a ditadura militar no Brasil.
Este foi apenas um dos tantos boatos que visavam desestabilizar a imagem da então candidata e difundir a idéia de que seria uma temeridade para o Brasil a eleição de Dilma.
Pois bem, a presidenta Dilma Roussef acaba de discursar na abertura da 66ª Assembléia Geral da ONU, na condição de primeira mulher a alcançar este feito.
E deu orgulho o discurso impecável da presidenta. Vamos aos principais pontos do discurso:
CRISE ECONÔMICA MUNDIAL
Dilma afirmou que o agravamento da crise econômica pode levar a conseqüências terríveis com desequilíbrio político e social nos países mais afetados pela recessão econômica.
Portanto, antes de solucionar a crise econômica, os países ricos devem dar conta das questões políticas que impedem a adoção de ações eficazes para recuperação econômica.
Não é suficiente o ajuste fiscal, com corte de gastos e investimentos, sem o estímulo ao emprego, renda e crescimento econômico.
A presidenta disse que não basta atacar os efeitos da crise sem que se enfrentem as verdadeiras causas. Dilma falou em transformações drásticas e ruptura do modelo econômico das últimas décadas.  Não é preciso muito esforço para entender que o mundo presencia a agonia do modelo neoliberal. O desemprego, para a presidenta, é uma chaga que condena milhões de pessoas pelo mundo à infelicidade e à violência.
PAPEL DOS EMERGENTES
Se inicialmente alguns analistas mais afoitos tentaram antecipar transformações na política externa brasileira após a saída de Lula e a chegada de Dilma, caíram do cavalo.
O Brasil continua se postulando como representante do “baixo clero” dos países em desenvolvimento e alijados do processo decisório global.
A crise econômica exige um reposicionamento destes países nos órgãos políticos e econômicos internacionais.
A presidenta disse que se as conseqüências da crise são sensíveis em todo o mundo, nada mais justo se os países emergentes, que passam a adquirir papel econômico fundamental na economia global, tenham também maior participação nas decisões.
PALESTINA
A presidenta Dilma disse que o Brasil defende e reconhece o Estado Palestino. Lamentou que até o momento eles não estivessem representados na Organização das Nações Unidas.
Foi uma posição importante e corajosa do Brasil em trazer esta questão logo no discurso de abertura da Assembléia Geral.
Dilma ressaltou que no Brasil, judeus e árabes vivem em paz como compatriotas.
CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU
Sobre a celeuma que envolvia o apoio brasileiro ao Estado oficial da Líbia, Dilma destacou que a posição brasileira é de ser contrária a intervenção militar, exceto em casos extremos.
Portanto, o Conselho de Segurança da ONU deve ser fortalecido.
A presidenta afirmou que há dezoito anos o Conselho de Segurança espera por reformas e que ele deve prever uma representação que reflita a geopolítica internacional atual.
O Brasil permanece como candidato a uma vaga definitiva no Conselho de Segurança da ONU. A presidenta destacou que o Brasil vive em paz com seus países vizinhos há mais de 140 anos e que vem cumprindo internacionalmente papel importante de colaboração no desenvolvimento econômico e segurança alimentar. Reforçou também o papel que o Brasil vem assumindo no Haiti, liderando a missão da ONU naquele país.
Dilma falou que nos últimos anos o Brasil incluiu 40 milhões de pessoas na classe média  e que até o fim de seu governo, em 2014 deseja acabar definitivamente com a pobreza extrema.

Não há dúvidas que o Brasil nos últimos anos se reposicionou na geopolítica internacional. O corajoso discurso da presidenta Dilma nos mostra que a política externa brasileira depende menos do carisma do ex-presidente Lula – como alguns críticos afirmavam – e mais por um posicionamento político progressista e atento às transformações na comunidade internacional, conferindo ao nosso país uma liderança cada vez mais destacada.
Esta liderança brasileira não é sedimentada com a exploração econômica ou a ocupação militar, o que nos dá um acréscimo de esperança (ainda que ingênua) no futuro da comunidade internacional, em especial neste país iluminado ao sol do novo mundo.

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