sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Populações nas ruas contra o noeliberalismo. Globo chama manifestantes de marginais


A queda do telhado neoliberal começa a apresentar seus efeitos mais visíveis.
Os governos dos países ricos passaram os últimos quatro anos cobrindo o rombo deixado pelos banqueiros e especuladores. Foram injetados trilhões de dólares para salvamento de bancos e em investimentos para suprir a demanda privada que se retraiu nos últimos anos.
Nenhum governo dos países considerados desenvolvidos optou por romper com o modelo econômico neoliberal. Ao invés de investimentos sociais  para as populações provocarem um reaquecimento da produção, a grande maioria dos nossos líderes mundiais optou por pagar a fatura dos bancos que quebraram especulando com o dinheiro alheio.
Os papas do neoliberalismo sempre defenderam que o Estado não deveria interferir no mercado que se auto-regularia. No entanto, tão logo estourou a crise de 2008, justamente por falta de regulação no mercado financeiro, foram os governos que tiveram de pagar a conta da orgia capitalista. As perdas nas bolsas de valores foram socializadas. Neste especial momento, o Estado foi muito útil aos grandes capitalistas e sua operação de socorro não foi acusada de assistencialista.
Como vimos, as populações continuaram endividadas enquanto os bancos foram salvos.
Esta dinheirama represada nos grandes bancos criou a base de uma nova crise muito mais grave. As bolhas especulativas borbulham de maneira muito mais voraz.
E os governos?
Ora, tão logo os grandes especuladores puderam recuperar sua condição de manipular a economia global, os governos foram acusados de se endividarem.
A crise de 2008 que seria uma crise do mercado financeiro especulativo agora é tratada pela grande mídia global como uma crise de endividamento dos Estados.
Mas como os governos se endividaram? Claro que não foram com investimentos sociais e infra-estrutura. Foi justamente cobrindo o rombo de alguns dos grupos mais ricos do planeta.
Agora exigem que os governos se humilhem e cumpram suas metas de austeridade fiscal que tem um efeito inevitável de grave recessão.
As populações vivem com níveis elevados de desemprego e falta de perspectiva. Programas sociais estão sendo desmantelados, sobretudo na Europa.
O resultado deste discurso de que o mercado é bom e os governos são maus é o visível crescimento dos partidos e grupos de extrema direita, racistas e xenofóbicos. Estes grupos cresceram rapidamente porque seu discurso preconceituoso e vazio independe de coerência política.
Os pobres europeus estão cada dia mais esmagados. Seja pela condição econômica, ou pela perseguição social que sofrem. Ao invés de os especuladores serem culpados pela crise, são os pobres e imigrantes acusados de ocuparem os aparelhos de proteção do Estado.

Agora a população está nas ruas da Grécia, Espanha e Inglaterra.
Mais um jovem pobre foi assassinado pela mesma polícia que anos atrás executou o emigrante brasileiro Jean Charles.
Para a mídia brasileira, as manifestações desta semana em Londres foram obras de marginais que aproveitaram a oportunidade para fazer arruaça.
A verdade é que este foi apenas o estopim de uma grande revolta social contra a injustiça social e econômica.
O Chile é sem dúvidas o país sul americano em que o neoliberalismo proliferou há mais tempo e com mais intensidade.
Não é a toa que esta sendo palco de manifestações estudantis apoiadas por toda a sociedade chilena que exige nada mais do que educação gratuita.
Isso é muito?
O pedido de justiça dos londrinos é muito?
Pedir emprego e dignidade é muito?
Alguns se mostram inconformados com programas sociais e de transferência de renda. Mas fecham os olhos para os trilhões que saem dos cofres públicos direto para os banqueiros e especuladores.
Um dinheiro que cheira sangue, suor e lágrimas dos trabalhadores do mundo.
Se manifestar contra as injustiças é coisa de marginal?
Para a Globo News sim. Veja a resposta do sociólogo Silvio Caccia Bava que murchou o ímpeto fascista dos empregados da Globo.




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