sexta-feira, 20 de maio de 2011

Amor

AMOR



Quem tem dúvidas em saber se já amou alguma vez na vida, é porque em verdade ainda não amou.
Não estou falando do amor cristão. Da maravilhosa fraternidade entre os homens.
Também não falo do amor entre pais e filhos ou entre irmãos.  Nem da paz e amor dos hippies.
Nem da gratidão.
Tampouco falo do bêbado depois do porre que agarra os amigos pelo cangote  e com o hálito notadamente etílico setencia o amor.
Eu falo do amor estúpido, invasivo e mau caráter.
Do amor pleno, cúmplice e generoso
Daquele amor suado, fluido e exausto.
Do amor em que o nó na garganta faz perder a voz e o fôlego e os pés quando os olhos vêem a esperada pessoa.
Falo do amor sujo, sem escrúpulos e sem pudores.
Sem limites do certo, do errado, do crime e do ridículo. Aliás, o ridículo passa a não existir. É um mero conceito externo totalmente estranho ao amor em exercício.
Das manhãs com os dentes por escovar e beijos inundados de saliva.
Com o café posto à mesa ou à cama. 
Os documentos jogados em algum canto.
Já não servem para mais nada. Não faz mais sentido a carteira de identidade, nem o cartão do banco. 
Quando quem se é e o que se tem de mais caro é a pessoa que esta à sua frente.
Com uma camiseta velha, larga e confortável. Abre o sorriso, abre o jogo e abre o coração dizendo:
EU TE AMO!

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