quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Amor e o Itau (23-06-09)

De cinco em cinco minutos passa na tevê uma propaganda do Itaú. Nela, uma mulher propositadamente escolhida na faixa etária acima dos 3.5 chorosamente pede ao noivo um maior investimento no relacionamento. O namorado inicialmente age com escárnio. Diz que investe seu dinheiro no Itaú, mas depois, generosamente oferece um par de alianças para a moça que sorri emocionada. Realizaria enfim um sonho de Cinderela.
Um comercial não é um discurso. Sua ideologia é vender determinado produto, mas poucas vezes vi uma propaganda tão machista. Ainda mais no século XXI.
Desde quando o casamento é um presente do homem para a mulher? A moça bem que poderia ter o próprio cartão do banco. Escolher o marido, a data e até a aliança, se fosse o caso. Mas não vir a ser escolhida ou preterida, esperando sentada com cara de coitadinha a boa vontade do rapaz.

O que está embutido nessa idéia de assumir o casamento? que a mulher doe uma parte de sua juventude em troca de alguém que a acompanhe na velhice? 

A mulher não precisa se render em busca de uma companhia. Não precisa de nenhum protocolo social para ser livre e feliz!
Os mais pragmáticos (as) vão dizer que a relação entre amor e investimento financeiro é perfeita porque nenhum amor resiste a uma crise econômica. Mas eu pergunto, o investimento no Itaú resiste à crise?
Quero me manifestar em favor do amor que fica! Sabe aquele? Esse sim é verdadeiro, porque não é corrompido por todos os processos de socialização que se impõem ao amor carnal.
Nossa geração faz tudo pelo dinheiro.
O dinheiro é importante e delicioso, mas não é um fim em si mesmo. Quando escolhemos um curso na Universidade, não pensamos em nossos sonhos ou afinidades, pensamos em nosso bolso.
Esse é o meu protesto: A gente trabalha em áreas diferentes das que gostamos porque nos pagam melhor; Comemos comidas alheias ao nosso paladar e em quantidades menores porque são consideradas saudáveis; usamos roupas menos confortáveis das que gostaríamos porque a moda obriga assim;
Então eu pergunto: Na hora de amar, vamos escolher o nosso amor pelo gosto da saliva ou por mais uma convenção social?
Um brinde a todos aqueles que têm os espíritos livres e forjam seus próprios destinos!
Um brinde ao amor!

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