domingo, 22 de maio de 2011

O estádio da Copa e a paralisia do estado de São Paulo.


O pior ponto em sediar Copa do Mundo e Olimpíada é aturar alguns cronistas esportivos se arriscando em falar de políticas públicas. Quase sempre dizendo muitas besteiras.
Todo mundo sabe que sou corinthiano, mas essa discussão sobre estádio da copa está longe de ser orientada por preferência futebolística.
O evento é positivo para a cidade. Tanto no que se refere à sua imagem institucional, quanto no retorno direto em negócios e investimentos.
O estádio da copa deve ser construído em região periférica da cidade. Assim tem sido nos últimos países sedes.
Em São Paulo, todos padecem de esgotamento e tédio devido às horas inúteis que passamos nos congestionamentos. Mas pouco se fala sobre a descentralização do desenvolvimento.
Como qualquer negócio bilionário, o local dos jogos é objeto de disputa e lobby. Mas sejamos francos, um estádio no Morumbi não acrescenta nada para a cidade. Nem em termos econômicos, nem urbanísticos.
Defendo que o Corinthians faça seu estádio, independentemente da Copa do Mundo. Retorne ao projeto anterior e saia deste fogo cruzado em que é acusado de se apropriar de recursos públicos. Na verdade, o Corinthians nem precisa da Copa para fazer seu estádio. Ao contrário, o evento tende em aumentar em muito os gastos para construção e manutenção do esperado estádio.
O governo do estado e a prefeitura há tempos deveriam ter planejado não somente um estádio, mas um centro público de convenções, já que nossos espaços estão saturados.
Na periferia da cidade. Apoiando o desenvolvimento regional e a geração de renda.
Muita gente diz (não sem motivos justos) que o governo não deveria gastar dinheiro com Copa do Mundo e dar atenção a outras prioridades urgentes.
Sem prejuízo das políticas públicas sociais, a Copa do Mundo é sim uma grande oportunidade para que São Paulo se consolide como uma cidade global, aumentando seu potencial de investimento e olhe para o futuro corrigindo os erros do passado.
Mas investir em infra-estrutura urbana em regiões da cidade que já são ricas e desenvolvidas é contraproducente. Neste caso, realmente não se justificaria o investimento público.
Falta pouco tempo para a copa. Uma coisa já ficou clara, a iniciativa privada tem seus limites e interesses. Qualquer estudante de economia sabe que o Estado deve suprir a carência de demanda privada em áreas estratégicas, com vistas ao retorno futuro.
Mas São Paulo, considerada historicamente como locomotiva do Brasil, de um tempo pra cá vem perdendo liderança em diferentes áreas por inércia e covardia.
Aqui em Sampa é comum ouvir alguém dizer que o Maranhão “não sai daquilo” por culpa da família Sarney, que há anos manda desmanda e não sai do trono.
Mas é preciso lembrar também que a camarilha tucana está prestes a completar vinte anos no Palácio dos Bandeirantes e oito anos no Palácio do Anhangabaú. São Paulo parou no tempo.
Neste caso, não falo somente de Copa do Mundo.  

3 comentários:

  1. Concordo contigo. A maior parte dos comentaristas esportivos se mete em assuntos que não dominam e falam muitas besteiras. E carregam na tinta contra o governo federal. Ué, o estado e a prefeitura não têm responsabilidade? E a iniciativa privada, que nunca é criticada? Para a grande imprensa, empresário é sempre santo. Abraços fraternos, Marcelo Costa.

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  2. Marcelo, obrigado pela visita! Aquela força!

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  3. Rafael, estou fazendo uma apresentação onde gostaria de incluir essa foto do mapa do Brasil feito de engrenagens, pois achei muito interessante. Você possui esse arquivo em alta resolução de forma que pudesse me enviar ?
    Grato,
    Danilo Jones
    danilo.jones.silva@gmail.com

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